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porto velho, terça-feira 26 de novembro de 2024
PORTO VELHO: Ainda não é possível definir se a permanência do deputado Laerte Gomes (PSDB) na liderança do governo comandado por Daniel Pereira (PSB) é positiva ou negativa para o próprio governo, mas uma coisa é certa. Deve ser muito desconfortável para o próprio deputado, que faz parte de um partido de oposição que tem candidato a governador e serve de elo entre o governo adversário e a Assembleia Legislativa. Laerte já era líder do Governo que tinha Confúcio-MDB no comando e na troca de titularidade do executivo, não entregou a função e acabou ficando.
Para o PSDB, que tem o ex-senador Expedito Junior, cassado por compra de votos e hoje como pré-candidato ao governo, a posição de Laerte Gomes é estratégica, pois como líder, conhece cada passo dado por Daniel Pereira, cada falha do governo, que certamente se levadas as informações para o pré-candidato tucano, será bem explorada durante a campanha eleitoral.
Por conta disso, Laerte vive entre a espada e a parede. É questionado pelo PSDB sobre o governo, e cobrado pelo governo a abrir o jogo, sobre as intenções do tucanato com vistas ao pleito de outubro próximo.
Na posição estratégica, tenta demover Daniel da ideia de apoiar Acir Gurgacz (PDT) ao governo do estado, tentando levar as lideranças do PSB para um frentão, que conta ainda com o PP de Ivo Cassol, com o PR de Luiz Cláudio, com o PV do Luizinho Goebel e com o PSD do deputado Federal Expedito Neto.
Por outro lado, ouve também as súplicas e desejos do governador e sabe do seu verdadeiro desejo de disputar o governo do estado, mas não consegue entender o compromisso do chefe do executivo com o senador Acir Gurgacz, capaz de fazer renunciar à legítima candidatura à reeleição, para ficar sem nenhum cargo eletivo, pelo menos nos dois próximos anos.
Num jogo de leva e trás, Laerte filtra o que é bom para o seu projeto político pessoal e o que é bom para os seus dois senhores. Nas ações governo do estado recebe os louros como líder, pois aparece em todos os cantos, muitas vezes como “pai” de obras e realizações.
Já dentro do PSDB é tido como um deputado ainda em busca de espaço na sigla, que não consegue decidir a que lado apóia, pois entrou no PSDB, mas não deixou o ninho em que foi eleito em 2014.