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porto velho, sexta-feira 14 de março de 2025
BRASIL: A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, se manifestou hoje pela primeira vez sobre a declaração do presidente Lula (PT), em evento ontem, de que ele colocou uma "mulher bonita" no ministério para ter uma boa relação com o Congresso.
O que aconteceu
Gleisi defendeu o presidente e disse que nenhum líder "empoderou mais as mulheres". Em publicação nas redes sociais, a ministra, empossada na última segunda (10), disse que as críticas são "oportunistas" e tentam desmerecer Lula.
Em cerimônia ontem no Palácio do Planalto, Lula disse que colocou uma "mulher bonita" na articulação política para "não ter mais distância" entre o governo e o Congresso. O presidente se dirigia aos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). "Uma coisa, companheiros, que eu quero mudar, estabelecer relações com vocês. Por isso coloquei essa mulher bonita para ser ministra de Relações Institucionais, é que eu não quero mais ter distância de vocês", disse Lula.
Declaração foi contestada por feministas, e bolsonaristas embarcaram nas críticas. O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) acusou Lula de "oferecer" Gleisi "como um cafetão oferece sua funcionária em uma negociação entre gangues". A bancada feminina do PT no Congresso e a Secretaria das Mulheres do partido condenaram a fala de Gayer, que apontaram ser violenta e um "ataque à dignidade" da ministra.
Mudança na articulação do governo
Gleisi assumiu as Relações Institucionais no início desta semana. Responsável pela ligação entre o Planalto e o Congresso, o ministério tem sido uma das principais vidraças do governo, em especial pela relação conflituosa que o ministro anterior, Alexandre Padilha, tinha com o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL).
Lula queria alguém próximo na pasta. Gleisi foi uma das principais defensoras do presidente durante o processo da Operação Lava Jato —época em que assumiu o comando do PT, em 2017. Ela tem acesso ao presidente e proximidade com grande parte dos ministros.
Já Padilha substituiu Nísia Trindade no Ministério da Saúde, para dar roupagem mais política à pasta. De histórico acadêmico e técnico, Nísia era criticada por parlamentares por uma suposta falta de traquejo político, em especial na hora de liberar verbas.