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porto velho, sexta-feira 6 de junho de 2025
PORTO VELHO-RO: Com o governo federal enfrentando baixa popularidade e a esquerda local enfraquecida, partidos de centro e esquerda em Rondônia deram início a uma articulação política visando as eleições de 2026. Na semana passada, lideranças estaduais se reuniram na capital para lançar a Caravana Esperança, frente composta por oito legendas que pretende reorganizar o campo progressista no Estado.
Estiveram presentes velhos caciques como o senador Confúcio Moura (MDB), cotado como pré-candidato ao governo estadual, o ex-senador Acir Gurgacz (PDT), o presidente estadual do PT, Anselmo de Jesus, e a deputada estadual Cláudia de Jesus. Também integraram o encontro o ex-prefeito de Porto Velho Roberto Sobrinho, além de representantes do PCdoB, PV, Rede, PSB, PSOL e convidados de outras siglas.
Articulação e desgaste político
A reunião teve tom estratégico e marcou o início formal da formação de chapas para disputar o governo estadual, duas vagas ao Senado, 24 cadeiras da Assembleia Legislativa e oito assentos na Câmara dos Deputados.
No entanto, o nome de Confúcio Moura, embora central no grupo, carrega desafios. Próximo do presidente Lula e apontado como principal articulador do governo federal em Rondônia, o senador enfrenta desgaste considerável por sua vinculação com o Planalto em um estado de maioria bolsonarista. O apoio explícito às ações do governo petista tem gerado desconforto entre parte do eleitorado conservador e reforça a necessidade de uma campanha equilibrada e pragmática.
Ainda assim, Moura reforça a convicção de que morrerá abraçado com Lula e tem mantido presença constante em agendas institucionais ligadas a obras e investimentos federais no estado, além de recepcionar ministros e atuar como ponte entre Brasília e a administração estadual.
Reconstrução política
O encontro da Caravana Esperança, além de marcar a reaproximação entre legendas historicamente aliadas, reforçou o engajamento das militâncias e o desejo de reconstruir um projeto de poder alternativo ao bloco bolsonarista que domina a política rondoniense desde 2018.
Para os organizadores, a união de forças progressistas adesão mesmo tímida de militantes, foi considerada boa e é o único caminho para recuperar representatividade no cenário estadual. Até 2026, o desafio será unir o discurso, ampliar alianças e superar a rejeição ao campo ideológico representado por Lula no estado.