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porto velho, sábado 26 de julho de 2025
PORTO VELHO-RO: O Partido dos Trabalhadores volta aos holofotes em Rondônia neste domingo (27), com a eleição de segundo turno que definirá quem comandará o Diretório Regional pelos próximos dois anos — um período estratégico que inclui as eleições municipais de 2026 e a tentativa de reconectar a sigla ao eleitorado de um estado majoritariamente conservador.
A disputa ocorre entre dois nomes de peso dentro da militância petista. De um lado, Israel Trindade, atual presidente do diretório municipal de Porto Velho, tenta alçar voo estadual com apoio da ex-senadora Fátima Cleide e de lideranças da capital. Do outro, Ernesto Ferreira, de Ji-Paraná, chega fortalecido por lideranças históricas como o ex-deputado federal Anselmo de Jesus — presidente interino da sigla — e a deputada estadual Cláudia de Jesus, sua filha.
No primeiro turno, realizado em junho, Ernesto saiu na frente com uma vantagem de 13 pontos sobre Israel. A votação mobilizou mais de 3.200 filiados em 41 municípios rondonienses, surpreendendo até os próprios quadros internos do partido e revelando uma militância disposta a reagir diante do enfraquecimento da esquerda local.
O petismo em Rondônia tenta renascer das cinzas, após ter sido completamente pulverizado pelo bolsonarismo, que transformou o estado em um de seus maiores redutos eleitorais no país. Na última eleição presidencial, Jair Bolsonaro obteve mais de 70% dos votos no estado, deixando a esquerda em situação crítica e sem protagonismo político.
A eleição deste domingo ocorrerá na sede estadual do partido, localizada na rua Elias Gorayeb, 3327, em Porto Velho, das 8h às 17h. O clima é de disputa acirrada, mas também de renovação.
O desafio que aguarda o vencedor vai muito além da cadeira de presidente estadual. Com um histórico recente de derrotas e baixa representatividade, o PT busca reconstruir pontes com a população, reorganizar sua base e montar uma estratégia sólida para voltar a ter voz em Rondônia.
Independentemente do resultado, o domingo marcará mais que uma escolha interna: será um teste de resistência e rearticulação de um partido que, depois de anos de apagamento, tenta provar que ainda respira e resiste as pautas conservadoras.