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    porto velho, quarta-feira 27 de novembro de 2024

Prefeitura da capital: Uma fábrica de mortos políticos nos últimos 30 anos

Com exceção de Mauro Nazif, que vai para o grande teste em outubro, todos os ex-prefeitos ficaram pela estada na política


Rondonotícias

Publicada em: 14/08/2018 12:42:56 - Atualizado

RONDÔNIA: O município de Porto Velho não tem tido boas experiências com os seus políticos e isso reflete na falta de representatividade da capital na Câmara dos Deputados, Senado e Governo do Estado. O último governador eleito por Porto Velho foi Jerônimo Santana, em 1986, na época em que PMDB elegeu governador em todos os estados brasileiros, com exceção de Sergipe, que deu o mandato a Antônio Carlos Valadares (PFL).

Na Assembléia Legislativa, por conta do numero de eleitores, a representatividade poderia ser maior, pois, dos 24 parlamentares, apenas seis possuem base eleitoral na capital. Aélcio da TV (PP), Anderson Singeperon(Pros), Hermínio Coelho (PCdoB), Jesuíno Boabaib(PMN), Leo Moraes (Podemos) eRibamar Araújo (PR). Ariquemes, com um terço do eleitorado tem quatro deputados no legislativo estadual.

A prefeitura tem sido uma fábrica de ex-políticos. Desde Jerônimo Santana que renunciou em 1986, todos os ex-prefeitos já ensacaram a viola, em baixa na política, com exceção de Mauro Nazif (PSB), que vai para o grande teste em outubro, depois da vexatória derrota ainda no primeiro turno das eleições de 2016, quando buscava a reeleição. Se perder, enterra a vida pública.

Com a renúncia de Jerônimo Santana, em 1986 assumiu Tomáz Corrêa (PMDB), que ficou até 1988 e desde então, só conseguiu ser suplente de senador.

Em 1989 assumiu Chiquilito Erse (PTB), que governou até 1992, ficou fora de uma eleição e voltou em 1997, quando ficou no cargo até 1998 e renunciou por motivos de saúde.

Antes do segundo mandato de Erse, porém, o povo de Porto Velho elegeu José Guedes (PSDB), para o mandato de 1993 a 1996. Guedes, que, já tinha sido prefeito biônico, de maio de 1985 a janeiro de 1986, indicado pelo governador Ângelo Angelin.

Com a renúncia de Chiquilito em 1998, assumiu o vice, Carlinhos Camurça (PDT) que ficou no cargo até 2004, quando se reelegeu em 2000. Em seguida, assumiu Roberto Sobrinho (PT), reeleito em 2008, mas que acabou seu mandato preso pela Polícia Federal no final de 2012, quando assumiu interinamente o vice, Emerson Castro (PMDB).

O ex-deputado federal Mauro Nazif (PSB) ganhou as eleições em 2012, comandou o governo municipal por 4 anos e não conseguiu a reeleição, ficando, inclusive, fora da disputa do segundo turno em 2016.

Em 2016 foi eleito prefeito o ex-promotor Hildon Chaves (PSDB), empresário de Ji-Paraná, que enfrentou muita dificuldade nos seus primeiros 500 dias de governo, com brigas com o funcionalismo municipal, escândalos e até prisão de secretários.

No final do ano passado, Chaves ameaçou colocar seu nome à apreciação para a disputa do governo do estado neste ano de 2018, com uma possível renúncia em abril passado, mas não encontrou eco nas suas intenções e acabou ficando na Prefeitura, onde começa a respirar nestes últimos meses, com obras de infraestrutura, mas com graves problemas na saúde e na educação que precisam ser resolvidos imediatamente, sob pena de se tornar mais um morto político fabricado pela prefeitura, pelo descontentamento popular.

Hildon Chaves tem mais dois anos e meio para mostrar à que foi eleito, para implementar as suas propostas de campanha que insistia em dizer que iria cuidar de Porto Velho. Se conseguir mostrar trabalho, terá chance de galgar voos maiores na política, caso contrário, será mais um político a ser ceifado pelo gadanho da morte política, representada pela prefeitura da capital.

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