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porto velho, sábado 30 de novembro de 2024
BRASÍLIA DF - A reunião conjunta de três comissões da Câmara que ouviu o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, acabou em confusão e gritaria. O tumulto começou depois que o deputado Glauber Braga (Psol-RJ) disse que Moro entrará para a história como um “juiz ladrão”. Antes, o deputado havia feito uma analogia entre a atuação do ministro como magistrado e um árbitro de futebol que toma um dos lados, prejudica o outro e depois vira dirigente da equipe.
Aliados de Moro se revoltaram com as declarações de Glauber e cobraram respeito. Parlamentares e assessores cercaram a mesa da comissão. A deputada Professora Marcivânia (PCdoB-AP) encerrou os trabalhos em meio à gritaria. Ela também pediu que fossem retiradas dos registros oficiais da reunião as ofensas ao ministro. Enquanto deixava a sala, Moro foi chamado pela oposição de “fujão”. O presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Felipe Francischini (PSL-PR), disse que a sessão foi encerrada porque Moro foi desrespeitado por “alguns poucos parlamentares”.
Antes de a reunião ser encerrada, o ministro foi questionado por cerca de 60 deputados. Chegou a receber troféu de um de seus apoiadores, o deputado Boca Aberta (Pros-PR). Mas, em geral, o clima foi de hostilidade por parte dos oposicionistas, que o acusavam de orientar as investigações da Lava Jato e de agir com parcialidade na condução do processo que resultou na condenação e prisão do ex-presidente Lula.
Ao longo da audiência, Moro defendeu o trabalho da Lava Jato. Ele afirmou que não reconhecia a autenticidade das conversas atribuídas a ele e ao procurador Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa da Lava Jato, e que nunca agiu de forma ilegal. Segundo o ex-juiz, o ataque a celulares de autoridades é criminoso e busca prejudicar o resultado das investigações.
Ainda de acordo com o ministro, "alguém com muitos recursos" está por trás dos ataques de hackers aos celulares de procuradores que deram origem aos áudios do Intercept Brasil. Ele disse acompanhar as investigações da Polícia Federal como "vítima".
"Alguém com recursos porque não é a tentativa de ataque de um celular, mas a tentativa de ataque de vários, em alguns casos, talvez, com sucesso, o que não parece corresponder a atividade de um adolescente com espinha na frente de um computador", afirmou Moro.
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