SÃO PAULO - Dois dias depois de ter anunciado ao vivo que pretende sair da TV Bandeirantes para concorrer a um cargo público nas eleições de 2022, o apresentador José Luiz Datena afirmou nesta quinta-feira (14) que tem a intenção de se candidatar à Presidência da República no próximo pleito, mas negou que vá deixar a emissora por enquanto.

A declaração do jornalista, dada durante seu programa na rádio Bandeirantes, veio após a informação de que ele estava de saída da Band para se dedicar à campanha viralizar na internet. O assunto se tornou um dos mais buscados desta quinta (14). O apresentador chamou a informação de “fake news”.

“Essa praga do fake news tem que acabar. Tem muita gente que não quer me ver aqui para eu não descer o cacete em todo mundo. Para dizer a verdade, eu não vou sair da Bandeirantes e tenho o convite para sair, se quiser. Não só a Bandeirantes, mas outras emissoras que gostam do meu trabalho. Falo o que tenho que falar, não guardo a língua na boca. Quero dizer que é mentira que vou sair da Bandeirantes para concorrer à eleição. Mesmo porque, se eu tiver que deixar a TV para concorrer, só em último caso mesmo em cargo executivo. Eu deixaria a TV perto das eleições como qualquer trabalhador brasileiro em prazo regulamentar.”

Pela lei eleitoral, comunicadores que disputam cargos públicos devem se desligar de seus programas 90 dias antes do pleito, para não se beneficiarem de propaganda antecipada à oficial.

Datena afirmou em seu programa de rádio que pretende ser o candidato a presidente do recém-criado União Brasil, partido resultado da fusão do PSL e do DEM. Luciano Bivar, presidente da legenda, tem reiterado que busca uma “terceira via” para concorrer à Presidência e enfrentar Jair Bolsonaro (sem partido), que deve tentar a reeleição, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder de intenção de voto segundo o instituto Datafolha.

O cenário atual de polarização entre Lula e Bolsonaro, que aparecem bem à frente de outros possíveis candidatos nas últimas pesquisas, se assemelha ao registrado em 2018, quando Fernando Haddad representou o PT. Também remete às disputas anteriores, quando PT e PSDB chegaram ao segundo turno da eleição presidencial. Marina Silva (Rede), que concorreu como “terceira via” em 2010 e 2014, nunca foi para a etapa final da disputa.