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Guedes chama de 'conversinha' previsões que apontam baixo crescimento do Brasil

"Vamos crescer ano que vem de novo. A conversinha é sempre essa. Primeiro que ia cair, ia ficar lá embaixo, não ia voltar. Aí volta em V", afirmou.


G1

Publicada em: 25/10/2021 17:20:31 - Atualizado

BRASIL: O ministro da Economia, Paulo Guedes, chamou de "conversinha" nesta segunda-feira (25) as estimativas cada vez mais pessimistas do mercado e de economistas sobre o crescimento do Brasil no ano que vem.

Nesta segunda, o aumento da incerteza fiscal e o contexto de juros mais altos levaram o Itaú Unibanco a rever projeções para o resultado do PIB (Produto Interno Bruto) no próximo ano — de uma estimativa anterior de 0,5% de crescimento, o banco atualizou a previsão para uma retração de 0,5%.

Sem mencionar a projeção do Itaú Unibanco, o ministro afirmou: "O crescimento não ia vir. Já tá 5% ou 5,3% ou 5,4% neste ano. Já estão falando que no ano que vem não vai crescer. Vai crescer de novo, cada um vai fazer o seu trabalho".

Em discurso no Palácio do Planalto para o presidente Jair Bolsonaro e ministros durante o lançamento do Programa Nacional de Crescimento Verde, Guedes repetiu a tese várias vezes reiterada por ele do "crescimento em V".

"Vamos crescer ano que vem de novo. A conversinha é sempre essa. Primeiro que ia cair, ia ficar lá embaixo, não ia voltar. Aí volta em V", afirmou.

Além do Itaú, a consultoria MB Associados reduziu a sua projeção para o PIB de 2022, passando de 0,4% para 0%, ou seja, uma estagnação econômica.

De acordo com o Boletim Focus divulgado nesta-segunda-feira (25) pelo Banco Central, o mercado baixou a previsão de alta do PIB de 1,50% para 1,40% em 2022 — o percentual do Focus reflete uma média das previsões de mais de cem instituições financeiras consultadas.

As revisões foram feitas após o ministro ter apoiado na semana passada a decisão do governo de flexibilizar o teto de gastos (mecanismo que limite o aumento da maior parte das despesas à inflação do ano anterior).

Guedes tem dito que as mudanças no teto de gastos têm por objetivo ampliar a proteção social, por meio do Auxílio Brasil, mas analistas têm apontado que seria possível incrementar o programa sem estourar o limite para despesas.

Na semana passada, a comissão especial criada na Câmara para analisar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios aprovou o texto, que deve ser votado em plenário nesta semana.

A PEC fixa um limite, a cada exercício financeiro, para as despesas com precatórios (dívidas da União já reconhecidas pela Justiça) e altera a regra de correção do teto de gastos.

A alteração na fórmula e o limite de pagamento dos precatórios liberam quase R$ 84 bilhões para despesas em 2022, ano eleitoral. Na prática, o governo conseguiria essa margem para contornar o teto de gastos. Técnicos do Congresso estimam que esse espaço orçamentário pode ser ainda maior e ultrapassar R$ 95 bilhões.

Já para este ano, os economistas do mercado financeiro reduziram a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 5,01% para 4,97% em 2021.


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