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porto velho, sexta-feira 27 de junho de 2025
Integrantes do PT cogitam desfazer o apoio à recondução de Arthur Lira (PP-AL) como presidente da Câmara dos Deputados se a PEC do Estouro não for aprovada no plenário da Casa. A intenção dos petistas é aprovar a proposta nesta quinta-feira (15).
O clima entre petistas de “vai ou racha” se intensificou após série de reuniões com Lira e líderes partidários da Câmara sem que haja um avanço efetivo na contabilização de votos a favor da Proposta de Emenda à Constituição.
O texto busca viabilizar o pagamento de R$ 600 mais o adicional de R$ 150 por criança de até 6 anos do Auxílio Brasil –ou Bolsa Família, caso o nome seja alterado– no ano que vem por meio da ampliação do teto de gastos. Outros pontos do texto ainda permitem o furo da regra fiscal para bancar outras iniciativas pelo futuro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a partir de 2023.
O entendimento de petistas é que Lira tem que “entregar” a aprovação da PEC para que negociações dele com o partido sejam mantidas.
Entre elas, o apoio do PT a Lira para sua recondução à Presidência da Câmara, em eleição interna da Casa a ser feita no início de fevereiro, e uma possível indicação de aliado de Lira para um ministério no governo de Lula.
Aliados de Lula ainda não têm certeza se contabilizam mais do que os 308 votos necessários para aprovar a PEC em dois turnos de votação.
Segundo fontes que participaram de reunião na tarde desta quinta entre Lira e integrantes do PT, o presidente da Câmara relatou aos deputados que não vê, no momento, os votos necessários para manter o que é considerado fundamental do texto aprovado no Senado: o espaço fiscal de R$ 145 bilhões a mais dentro do teto de gastos durante dois anos.
Em princípio, o PT só pretende votar a PEC se houver um acordo completo tanto em relação ao texto-base como aprovado pelos senadores quanto às emendas de sugestões de mudanças.
Mesmo assim, houve quem insistisse que Lira colocasse a PEC em votação, o que o presidente da Câmara considerou arriscado. Não houve ainda um martelo batido. Há divergências em relação a prazos e valores estipulados no texto como aprovado no Senado.