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porto velho, terça-feira 26 de novembro de 2024
MUNDO -Um estudo realizado por pesquisadores da Johns Hopkins Medicine, nos Estados Unidos, constatou que determinadas moléculas presentes na urina e no sangue podem ajudar a prever o risco de desenvolvimento de doença renal crônica.
“Cerca de 20% dos pacientes hospitalizados desenvolvem lesão renal aguda e têm um risco de três a oito vezes maior de desenvolver doença renal crônica mais tarde na vida”, afirma Chirag Parikh, diretor da Divisão de Nefrologia da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins e autor do estudo.
Os pesquisadores observaram que houve aumento da incidência de lesões renais no hospital da universidade.
"Decidimos entender a progressão para a doença renal crônica e se o monitoramento desses pacientes ao longo do tempo pode nos dar pistas sobre a progressão da doença renal”, conta Parikh.
A pesquisa, publicada no periódico Journal of Clinical Investigation, contou com a participação de 656 pacientes hospitalizados com lesão renal aguda e analisou sete biomarcadores urinários e dois biomarcadores plasmáticos de lesão renal.
A partir disso, os estudiosos passaram a avaliar as alterações longitudinais desses biomarcadores conforme a progressão da lesão para a doença crônica.
Eles puderam observar que, para cada desvio, houve um aumento de alterações nos biomarcadores KIM-1 e MCP-1 e TNFRI durante 12 meses de acompanhamento.
Tais alterações foram associadas a um risco de duas a três vezes maior de desenvolvimento de doença renal crônica.
De acordo com Parikh, essas descobertas sugerem que as lesões teciduais e inflamações, assim como a restauração mais demorada da saúde vascular, estariam associadas a maior risco de progressão para a doença renal crônica.
No entanto, eles observaram, também, que o aumento do biomarcador urinário Umod (uromodulina) foi associado a uma redução de 40% no risco de doença renal crônica.
“A medição longitudinal de algumas dessas proteínas pode ajudar no controle do tratamento de pacientes com lesão renal aguda após a alta hospitalar, o que implica acompanhamento com nefrologista, otimização de medicamentos para diabetes e problemas cardíacos e dosagem precisa de todos os medicamentos com função renal reduzida”, finaliza o autor, que alega que a descoberta auxiliará no entedimento da progressão da lesão para a doença crônica.