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porto velho, terça-feira 26 de novembro de 2024
PORTO VELHO - RO: Porto velho tem vivido um retrocesso no quadro vacinal em crianças nos últimos três anos. Vacinas como a DTP, que previne contra difteria, coqueluche e tétano, Poliomelite, que atua contra a paralisia infantil, a BCG que previne formas graves de tuberculose, que foi uma enfermidade que matou muitas pessoas no seu auge endêmico, essas e os demais imunizantes que fazem parte do calendário vacinal estão ficando de lado nas buscas em postos de saúde.
De acordo com a secretária municipal de saúde, Marilene Penate, os percentuais de vacinação na Capital estão muito baixos e isso tem gerado uma grande preocupação nos gestores. Ela compara dizendo que anos atrás tínhamos uma população 100% vacina com todas as vacinas e hoje, a demanda mal chega a 40%.
“Temos uma população que vai voltar a ficar doente, infelizmente. É alarmante isso, não podemos deixar de vacinar. Anos atrás crianças ficavam paraliticas porque não haviam se vacinado contra a poliomielite, não podemos deixar isso voltar a acontecer”, desabafou a secretária durante entrevista ao programa A Voz do Povo.
Marilene atribui o fato à fakenews publicadas contra o processo de vacinação nos últimos três anos. “Nos últimos três anos tivemos uma descredibilização das vacinas devido à informações mentirosas publicadas na internet de maneira irresponsável e criminosa, as fakenews prejudicaram sobremaneira”, acrescentou.
Unicef Brasil
O relatório publicado em abril deste ano pelo Unicef Brasil aponta que todo o país passa por essa perda nas coberturas vacinais. Em todo o país 1,6 milhão de crianças não receberam nem a primeira dose da DTP e outras 700 mil tomaram a primeira ou a segunda, mas não tomaram a terceira, levando a um total de 2,4 milhões de crianças não imunizadas somente com essa vacina.
Segundo o relatório, os números brasileiros fazem parte de um desafio global alarmante. São 112 países registrados com os mesmos marcadores de queda em vacinação. Para reverter o quadro o Unicef indica aos municípios que iniciem realizando uma busca ativa dessas crianças e a retomada de campanhas vacinais realizadas pelo Ministério da Saúde, divulgando informações importantes como os graves efeitos de não estar coberto com as vacinas.