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EUA aprovam pílula anticoncepcional sem necessidade de prescrição médica

Medicamento Opill, que usa apenas o hormônio progesterona, será o primeiro contraceptivo de venda livre no país


CNN

Publicada em: 13/07/2023 13:50:07 - Atualizado


BRASIL -  A Food and Drug Administration (FDA), agência dos Estados Unidos semelhante à Anvisa, aprovou nesta quinta-feira (13) a pílula anticoncepcional Opill para estar disponível sem receita – o primeiro medicamento contraceptivo de “venda livre” nos EUA.

“A aprovação de hoje marca a primeira vez que um contraceptivo oral diário sem receita será uma opção disponível para milhões de pessoas nos Estados Unidos”, disse a Dra. Patrizia Cavazzoni, diretora do Centro de Avaliação e Pesquisa de Medicamentos da FDA, em um comunicado.

“Quando usado de acordo com as instruções, a contracepção oral diária é segura e espera-se que seja mais eficaz do que os métodos anticoncepcionais sem receita atualmente disponíveis na prevenção da gravidez indesejada”, acrescentou.

A Opill é uma “minipílula” que usa apenas o hormônio progesterona.

Seu fabricante, Perrigo, chamou a ação da FDA de um “marco” e um “salto gigantesco para o empoderamento das mulheres” em um comunicado.

Ele disse que a empresa está comprometida em tornar a pílula “acessível e econômica para mulheres e pessoas de todas as idades”.

“A aprovação de hoje é uma expansão inovadora para a saúde da mulher nos EUA e um marco significativo para atender a uma necessidade não atendida de acesso a anticoncepcionais”, disse Frederique Welgryn, vice-presidente global de saúde da mulher da Perrigo.

Não está claro quando o Opill estará disponível nas lojas. A FDA diz que cabe a Perrigo determinar o cronograma e o preço do medicamento.

A agência tem enfrentado pressão para permitir que o Opill seja vendido sem receita por parte de legisladores e também de prestadores de serviços de saúde.

Em uma declaração nesta quinta, a agência abordou o aumento do acesso reprodutivo para mulheres e adolescentes.

“A disponibilidade sem receita da Opill pode reduzir as barreiras de acesso ao permitir que os indivíduos obtenham um anticoncepcional oral sem a necessidade de consultar primeiro um profissional de saúde. Quase metade das 6,1 milhões de gestações nos EUA a cada ano não são intencionais.”

“Gravidezes indesejadas têm sido associadas a resultados maternos e perinatais negativos, incluindo probabilidade reduzida de receber cuidados pré-natais precoces e aumento do risco de parto prematuro, com resultados neonatais, de desenvolvimento e saúde infantil adversos associados. A disponibilidade de Opill sem receita médica pode ajudar a reduzir o número de gestações indesejadas e seus potenciais impactos negativos”, disse o FDA no comunicado.

Agência dos EUA permite que pílulas abortivas sejam vendidas em farmácias

Um estudo recente mostrou que ficou mais difícil para as mulheres acessar serviços de saúde reprodutiva de forma mais ampla – como exames de rotina e controle de natalidade – nos últimos anos.

Cerca de 45% das mulheres enfrentaram pelo menos uma barreira aos serviços de saúde reprodutiva em 2021, um aumento de 10% em relação a 2017. Quase 19% relataram pelo menos três barreiras em 2021, acima dos 16% em 2017.

Um grupo de conselheiros do FDA recomendou em maio que o Opill fosse aprovado para uso sem receita.

A medicação deve ser tomada à mesma hora todos os dias para ser eficaz. A pílula não deve ser tomada por quem tem, ou já teve, câncer de mama, alerta o FDA.

Alguns efeitos colaterais comumente experimentados durante o uso de Opill são “sangramento irregular, dores de cabeça, tontura, náusea, aumento do apetite, dor abdominal, cólicas ou inchaço”, de acordo com a agência.


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