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porto velho, terça-feira 26 de novembro de 2024
BRASIL: Uma nova vacina contra a bactéria pneumococo (Streptococcus pneumoniae), que causa doenças como pneumonia, sinusite e meningite, começou a ser disponibilizada na rede privada neste mês.
O imunizante tem uma resposta imunológica maior contra um dos sorotipos (ou variações da mesma espécie) mais desafiadores da bactéria, segundo informações da diretora médica da MSD Brasil, fabricante da Vaxneuvance 15-valente, e especialista em doenças infeciosas e parasitárias, Marina Della Negra.
De acordo com a médica, a expectativa é de que a vacina tenha maior capacidade de prevenção para essa variante. “A gente não tem os dados de prevenção de doença ainda, temos só de imunogenicidade, mas, como a gente tem uma resposta imunológica maior, imaginamos que tem um potencial maior de prevenção para esse sorotipo”, explica.
Além disso, em comparação com as vacinas utilizadas no país, a 15-valente protege contra dois novos sorotipos dos 90 identificados pelos cientistas.
Os imunizantes disponíveis contra o pneumococo são divididos em polissacarídicos e conjugados — que apresentam uma resposta imunológica melhor.
No Brasil, a vacina polissacarídica disponível é a Pneumocócica 23-valente. Já entre as conjugadas existem três opções, contando com a que foi lançada neste mês, segundo dados da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm):
A transmissão da bactéria ocorre após o contato com gotículas de saliva ou muco de pessoas infectadas.
Dentro do organismo, o pneumococo pode levar a doenças invasivas (pneumonias bacterêmicas, meningite, sepse e artrite) e não-invasivas (sinusite, otite média aguda, conjuntivite, bronquite e pneumonia), segundo dados da Fiocruz.
A vacinação é a melhor forma de prevenção, de acordo com a fundação. “A gente imuniza para que, quando a gente tiver o contato com essa bactéria, a gente não desenvolva doença”, esclarece a médica.
A SBIm recomenda a nova vacina para crianças entre 2 e 15 meses de vida, com esquema vacinal em quatro doses, com dois meses de intervalo entre a primeira (dois meses de vida) e terceira aplicação, além de uma dose de reforço entre 12 e 15 meses de vida.
Ela pode ser administrada concomitantemente com outras vacinas pediátricas e pode haver intercâmbio caso o paciente já tenha sido imunizado com a VPC13.
Para crianças a partir de 2 anos, adolescentes e adultos portadores de certas doenças crônicas, a recomendação é de um esquema sequencial com as vacinas conjugadas (VPC10, VPC13/VPC15) e polissacarídica (VPP23).
Já para pessoas com mais de 50 anos e, sobretudo, para maiores de 60, recomenda-se, como rotina, esquema sequencial com as vacinas VPC13 ou VPC15 e VPP23.