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    porto velho, segunda-feira 25 de novembro de 2024

Aborto medicamentoso por telessaúde é seguro e eficaz, mostra estudo

Técnica é a mais comum nos Estados Unidos e consiste em um método no qual alguém interrompe uma gravidez tomando comprimidos, sem precisar passar por cirurgia


CNN

Publicada em: 22/02/2024 10:02:33 - Atualizado

BRASIL: O aborto medicamentoso feito via consulta de telessaúde é seguro e eficaz como àquele feito em consulta clínica (presencial), aponta um estudo publicado na semana passada na revista Nature Medicine.

O aborto medicamentoso é a forma mais comum de aborto nos Estados Unidos e consiste em um método no qual alguém interrompe uma gravidez tomando comprimidos, sem precisar passar por cirurgia.

A pesquisa avaliou que, salvo raras exceções, a telessaúde garantiu a segurança e a eficácia de abortos medicamentosos em consultas por mensagens de textos e também por videochamadas.

Das pessoas que participaram do estudo, a maioria preferiram o atendimento por mensagens de texto.

O estudo analisou registros de 6.034 abortos medicamentosos realizados via telessaúde entre abril de 2021 e janeiro de 2022 em três clínicas virtuais que operam em 20 estados e no Distrito de Columbia.

Dos 6.034 abortos no estudo, 99,8% não foram seguidos por eventos adversos graves.

“No total, 0,25% dos pacientes sofreram um evento adverso grave relacionado ao aborto; 0,16% foram tratados para uma gravidez ectópica e 1,3% dos abortos foram encaminhadas para a emergência”, diz o estudo.

A eficácia e a segurança do aborto medicamentoso fornecido por meio de consultas por vídeo e texto foram semelhantes aos números de outros estudos sobre aborto medicamentoso envolvendo atendimento presencial.

Assim como acontece nas consultas presenciais, os pacientes que optaram pela telessaúde não são obrigados a realizar nenhum teste ou exame físico.

Em vez disso, um trabalhador da saúde decide se vai receitar a medicação abortiva com base no histórico médico do paciente.

O estudo também mostrou que o aborto medicamentoso foi altamente eficaz, pois 97,7% das participantes tiveram um aborto completo após tomarem os comprimidos, sem necessidade de qualquer intervenção posterior.

Entre aquelas cujo aborto não foi inicialmente completo, 0,56% tomaram mais medicamentos para completar o procedimento; 1,4% necessitaram de procedimento cirúrgico; e 0,94% tiveram gravidez continuada confirmada ou suspeita.

Os resultados foram semelhantes para os pacientes, independentemente da raça, etnia ou idade.

“O aborto medicamentoso por telessaúde é eficaz, seguro e comparável às taxas publicadas de atendimento presencial ao aborto medicamentoso”, concluíram os pesquisadores da Universidade da Califórnia, em São Francisco.

O novo estudo é útil para reforçar que a prática é segura e eficaz, disse a Dra. Pratima Gupta, uma prestadora de serviços de aborto em San Diego que não esteve envolvida na nova pesquisa.

“É ótimo ter dados de pesquisa para apoiar o que já sabíamos sobre a segurança do aborto medicamentoso”, disse ela.

As opções de telessaúde atendem às necessidades dos pacientes, disse ela, e isso pode ser mais importante do que nunca, com mais estados restringindo o acesso ao aborto desde que a Suprema Corte dos EUA revogou Roe v. Wade em 2022.

“Acho realmente maravilhoso podermos atender os pacientes onde eles estão. Portanto, seja qual for o seu método preferido de comunicação, seja por mensagens de texto, seja por telefone, seja por vídeo, podemos atender às suas necessidades com acessibilidade”, disse Gupta. “E proporciona-lhes a privacidade necessária para controlarem as suas vidas.”

Nos EUA, os serviços de telessaúde oferecem atendimento para aborto medicamentoso em algum nível desde 2008, mas essa opção se tornou muito mais amplamente utilizada durante a pandemia de Covid-19.

Em 2021, a Administração de Alimentos e Drogas dos EUA (FDA na singla em inglês) disse que não exigiria mais consultas presenciais para que medicamentos fossem receitados.

Isso abriu caminho para mais consultas virtuais em estados onde o aborto e a telessaúde para o aborto não são proibidos.

O aborto medicamentoso é voltado para quem está até dez semanas após o início da última menstruação.

O método não é recomendado para pessoas com determinados problemas de saúde e que tiveram gravidez ectópica (com óvulo fertilizado e implantado fora do útero).



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