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porto velho, terça-feira 11 de março de 2025
BRASIL: Uma boa noite de sono é um pilar essencial para que a saúde do corpo se mantenha estável. Porém, com a vida moderna, o desafio é justamente conseguir atingir esse objetivo diariamente. Entre tentativa e erro, algumas práticas são adotadas na hora de dormir com o intuito de garantir o tão desejado descanso. No entanto, nem todas são tão eficazes quanto parecem.
Em entrevista à CNN, Monica Andersen, diretora de Ensino e Pesquisa do Instituto do Sono, explica quais hábitos podem atrapalhar na hora de dormir, em vez de ajudar.
Embora o álcool relaxe o corpo, Monica explica que esse efeito ocorre apenas no primeiro momento e, depois, pode levar à diminuição do sono REM – considerado o mais profundo e no qual o corpo consegue descansar melhor.
“A bebida pode chegar até a suprimi-lo. Ou seja, [o sono] fica com uma qualidade inferior. Isso é extremamente prejudicial para a saúde”, diz a especialista.
A luz emitida pelas telas de eletrônicos é um problema na hora de dormir, mas não só isso. A grande questão do uso desses dispositivos está relacionada ao estímulo interativo cerebral que eles provocam.
No momento em que há o consumo de conteúdos em redes sociais ou a busca por informações na internet, o cérebro ativa receptores da expectativa.
''Então, recebemos a gratificação cerebral, ou seja, o retorno daquela pesquisa que estava sendo feita. Existe uma saciedade, satisfação, gratificação cerebral que gera um alerta por causa desse ciclo vicioso. Logo, eu faço mais perguntas, tenho mais retorno e mais satisfação cerebral (…) Por isso é tão difícil quebrar a ação de ficar na internet por muitas horas''
Monica Andersen, diretora de Ensino e Pesquisa do Instituto do Sono
A recomendação de Monica é que dispositivos eletrônicos tenham o uso interrompido cerca de duas horas antes de dormir. Pessoas com muita dificuldade para dormir devem tentar parar de mexer em smartphones, tablets e afins ainda mais cedo.
Ir para a cama e ficar conversando até pegar no sono pode ser uma atividade prazerosa. Porém, essa prática é contraindicada se o objetivo for dormir.
Isso porque o diálogo pode gerar situações de estresse, ansiedade e nervosismo. “DR à noite não se faz. Não se briga à noite. Não se entra em conflitos à noite.”
Para algumas pessoas, comer algo é sinônimo de uma soneca logo em seguida – o que pode parecer um atalho para ir direto para a cama.
Mas essa não é uma prática recomendada. Para que as noites de sono sejam proveitosas, a alimentação nesse período do dia deve ser leve, priorizando saladas, proteínas magras e pouco carboidrato. “Não comer, por exemplo, uma feijoada, pizza, churrasco na iminência de dormir.”
Depois de uma semana agitada e de noites mal dormidas, o fim de semana pode parecer a solução para o cansaço. Mas não é bem assim.
Embora essa compensação ajude um pouco, o mais importante para dormir melhor é evitar a privação de segunda a sexta-feira. “Sempre manter a regularidade”, orienta Monica.
A privação do sono, seja ela aguda ou crônica, gera uma série de impactos negativos ao corpo. Isso ocorre porque, segundo Monica, a homeostase (equilíbrio interno) é quebrada.
Entre os principais efeitos, destacam-se:
Diferentes quadros de saúde podem piorar a qualidade das noites dormidas, como ansiedade, estresse, depressão e os chamados distúrbios do sono (como apneia e insônia) – todas com tratamento e mecanismos para atenuar os impactos na hora de dormir.
“No caso da insônia, por exemplo, é preciso entender se ela é de iniciação, de manutenção ou do despertar precoce. Existem medicações que ajudam no tratamento e medidas complementares.”
Segundo Monica, as estratégias para dormir melhor devem ter como objetivo fazer com que o indivíduo consiga relaxar antes de dormir. Isso pode variar de pessoa para pessoa. Há quem goste de escutar música (seja o estilo clássico ou rock pesado) ou ler antes de pegar no sono. “Para alguns, ler livros não é a medida mais relaxante. Então, é importante que a pessoa encontre algo que, para ela, induza bem-estar.”