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porto velho, segunda-feira 25 de novembro de 2024
RONDÔNIA - Em 2018 foram registrados 412 casos suspeitos de leptospirose em
Rondônia. O número de casos aumenta no período chuvoso, com enchentes e
casas alagadas, ou a partir de ambientes com acúmulo de lixo onde o
homem tem contato com a área contaminada. O Estado atua com programas de
prevenção nos 52 municípios, para combater o agravo no contágio da
doença, segundo a Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa).
A leptospirose é uma doença infecciosa aguda, transmitida por meio da bactéria leptospiras, presente na urina do rato. O período de incubação acontece de sete a quatorze dias e os sintomas da doença podem se desenvolver inicialmente com febre, dor de cabeça e no corpo ou com sinais mais agravantes na fase aguda, como febre, dor nos músculos, processo ictérico com o olho amarelo ou com vermelhidão conjuntiva, vômito, náusea e manchas no corpo, podendo evoluir à meningite. As complicações maiores ocorrem com insuficiência renal e hemorragia pulmonar, registradas entre 10% a 15% dos pacientes contaminados, os levando à unidade de tratamento intensivo e, muitas vezes, ao óbito.
A transmissão acontece frequentemente na época de chuvas e enchentes, pois a população tem maior contato com a água contaminada na pele, ferida ou íntegra, quando não há ferimento, mas permanece por um tempo maior na água, ou ainda por mucosa, ao ingerir água ou alimentos contaminados.
“As contaminações são maiores no período chuvoso, com enchentes, casas alagadas, onde as pessoas precisam tirar a água. Nas enxurradas, onde as crianças vão brincar, mas pode acontecer em qualquer momento e local suscetível à contaminação. Os bairros que alagam mais, são os locais com maiores índices da doença”, explicou a doutora Sttela Angela Tarallo, diretora do Centro de Medicina Tropical de Rondônia (Cemetron), que acrescentou ainda a possibilidade de contaminação no contato com a urina dos ratos em enlatados que ficam armazenados em depósitos onde há presença do roedor, por exemplo as latas de refrigerantes. A transmissão entre pessoas é raríssima e não há registros desse tipo no Estado.
O Cemetron é um hospital que trata doenças infectocontagiosas, com
pacientes encaminhados das unidades básicas de saúde,
pronto-atendimentos ou hospitais particulares. O paciente é submetido a
exames específicos, com sorologias para leptospirose, que são
encaminhados ao Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), e pode ser
internada em casos de complicações ou ser tratada em casa com
antibiótico. A diretora observou que o diagnóstico é eminentemente
clínico no início e os resultados dos exames confirmarão os dados para
registros epidemiológicos.
O relato no primeiro atendimento nas unidades de saúde com o histórico de onde a pessoa esteve nos últimos dias, informando se ocorreu contato com água da chuva, córrego ou lixo acumulado, em local com infestação de ratos, como quintais, ou ainda com urina de cachorro contaminado que também pode transmitir a doença, é importante para auxiliar no tratamento precoce e evitar maior gravidade no estado de saúde do paciente. Segundo a doutora Sttela, é possível a realização de profilaxia com antibiótico.
No período chuvoso, as agências de vigilância em saúde dos municípios atuam com um plano de ação nos bairros mais influentes para contaminação, por meio de alagamentos ou lixos acumulados, e junto ao Governo do Estado, por meio da Agevisa, trabalham com o Programa de Leptospirose, intensificado em Porto Velho, Guajará-Mirim, Nova Mamoré, Ji-Paraná e Pimenta Bueno, devido aos maiores níveis dos rios.
“Enviamos material de divulgação com panfletos, folders, realizamos treinamentos com professores nas escolas, com palestras. São capacitados os representantes dos municípios, como as vigilâncias em saúde, agentes de saúde e enfermeiros responsáveis pela atenção básica”, finalizou Tânia Medeiros, diretora executiva da Agevisa. Mas, o alerta fica para a população, que pode seguir algumas orientações.
PREVENÇÃO
CUIDADOS NA RESIDÊNCIA
O Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) da Agevisa registrou 412 casos suspeitos no Estado em 2018. Na capital foram confirmados dois casos e um óbito por leptospirose, segundo o Cemetron.