• Fundado em 11/10/2001

    porto velho, quinta-feira 28 de novembro de 2024

Ministério da Saúde: 'Não há intenção de compra de vacinas chinesas'

O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, disse que houve "uma interpretação equivocada


EXTRA

Publicada em: 21/10/2020 15:22:17 - Atualizado

SAÚDE - O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, disse nesta quarta-feira que houve "uma interpretação equivocada da fala do Ministro da Saúde" e que não há qualquer compromisso com o governo do estado de São Paulo ou com governador do estado, João Doria (PSDB), no sentido de aquisição de vacinas contra Covid-19. Ele ressaltou também que, no que depender do ministério, a vacina não será obrigatória.

— Não há intenção de compra de vacinas chinesas — disse na TV Brasil.

Menos de 24 horas após o Ministério da Saúde anunciar que tem a intenção de adquirir 46 milhões de doses da Coronavac, vacina candidata contra Covid-19 do laboratório chinês Sinovac Biotech testada no Brasil pelo Instituto Butantan, o presidente Jair Bolsonaro desautorizou o ministro Eduardo Pazuello e afirmou na manhã de hoje que o imunizante contra o novo coronavírus "não será comprado" pelo governo brasileiro.

Na quarta-feira, ao anunciar o protocolo, Pazuello afirmou que "a vacina do Butantan será a vacina brasileira". Ele disse também que o ministério escreveu uma carta de "compromisso da aquisição" dos imunizantes.

— O Butantan fez uma carta de licença de fabricação da vacina no Brasil e fabrica a vacina no Brasil, como fabrica as demais vacinas, então a vacina do Butantan será a vacina brasileira — disse, acrescentando:

— Nós já fizemos uma carta em resposta ao ofício do Butantan, e essa carta ela é o compromisso da aquisião dessas vacinas que serão fabricadas até o início de janeiro, em torno de 46 milhões de doses, e essas vacinas servirão para nós iniciarmos a vacinação ainda em janeiro.

Elcio afirmou, no entanto, que o protocolo de intenções para adquirir 46 milhões de doses da Coronavac assinado ontem não tem caráter vinculante e ocorreu "por se tratar de um grande parceiro do Ministério da Saúde na produção de vacinas, para o Programa Nacional de Imunizações".

O secretário-executivo disse que o acordo é "mais uma iniciativa para tentar proporcionar vacina segura e eficaz" para a população. "Neste caso, com uma vacina brasileira, caso fiquem disponíveis antes das possibilidades citadas. Não há intenção de compra de vacinas chinesas", acrescentou.

— A premissa para aquisição de qualquer vacina prima pela segurança, eficácia — ambas conforme aprovação da Anvisa — produção em escala e preço justo. Qualquer vacina quando estiver disponível, certificada pela Anvisa e adquirida pelo Ministério da Saúde, poderá ser oferecida aos brasileiros pelo Programa Nacional de Imunização. E, no que depender dessa pasta, não será obrigatório — disse.

Mais cedo, Bolsonaro respondeu a um usuário que criticava o acordo entre o governo brasileiro e a empresa chinesa, afirmando que a vacina "não sera comprada".

"Presidente, a China é uma ditadura, não compre essa vacina, por favor. Eu só tenho 17 anos e quero ter um futuro, mas sem interferência da ditadura chinesa", comentou o usuário, ao que o presidente respondeu:

"NÃO SERÁ COMPRADA", em caixa alta.

A mensagem foi enviada a ao menos outros dois usuários que criticavam o acordo e Pazuello. Em duas das respostas, o presidente disse ainda que "tudo será esclarecido hoje".

Citando a "vacina chinesa de João Doria", o presidete também publicou que "qualquer vacina, antes de ser disponibilizada à população, deverá ser COMPROVADA CIENTIFICAMENTE PELO MINISTÉRIO DA SAÚDE e CERTIFICADA PELA ANVISA".

"O povo brasileiro NÃO SERÁ COBAIA DE NINGUÉM. Não se justifica um bilionário aporte financeiro num medicamento que sequer ultrapassou sua fase de testagem. Diante do exposto, minha decisão é a de não adquirir a referida vacina", comentou.

A outro usuário que acusou Pazuello de trair o governo ao comprar a vacina chinesa e disse que o presidente "se enganou mais uma vez", Bolsonaro afirmou que "qualquer coisa publicada, sem qualquer comprovação, vira TRAIÇÃO".

Segundo aliados, o presidente também enviou mensagens afirmando que não iria comprar "uma só dose de vacina da China" e que se governo "não mantém qualquer diálogo com João Doria na questão do Covid-19".

Em resposta ao anúncio do governo de que não irá comprar a vacina da Sinovac, Doria pediu, no Twitter, que o presidente tenha "grandeza" e "lidere o Brasil para a saúde, a vida e a retomada de empregos".


Fale conosco