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    porto velho, sábado 30 de novembro de 2024

Melhor esperar a pandemia passar para planejar a chegada do bebê

Especialista alerta, entretanto, que as gestantes não podem descuidar do pré-natal


NMBR

Publicada em: 04/02/2021 18:17:59 - Atualizado

BRASIL: A pandemia tem causado uma série de dúvidas em casais que querem engravidar. Muitos se questionam se esse é o melhor momento, e quais os riscos.

“Se a mulher tem menos de 35 anos, vale postergar um pouquinho o desejo de engravidar. Ninguém tem ainda subsídio científico suficiente para avaliar os riscos envolvidos para mãe e bebê com a Covid-19”. O alerta é do obstetra e diretor médico da Maternidade Brasília, Evandro Silva. O médico lembra que o conselho vale para mulheres jovens, em idade fértil, até 30, 32 anos, com chances de escolher o melhor momento de ter um filho.

Para o especialista, a gestação é um momento em que “a mulher deve estar protegida do ponto de vista social e médico”. Ele diz que o momento atual é de muitas dúvidas, o que termina gerando ainda mais tensão nas gestantes. Contudo, faz uma ressalva: “pacientes com 35, 36 anos que estão planejando ter filhos não podem colocar a Covid como um fator impeditivo absoluto, porém, se ainda for possível adiar, é melhor esperar um pouco”.

Para as mulheres que já estão grávidas, Evandro Silva é enfático ao lembrar que “a gestante não pode mudar a rotina do pré-natal. Não existe somente a teleconsulta neste caso. O médico precisa auscultar o coração da mãe e do bebê, precisa medir a pressão arterial, verificar peso, avaliar possíveis edemas (inchaços), avaliar a questão nutricional e solicitar exames de sangue e ultrassom”. De resto, não existe medida específica para as grávidas na prevenção ao coronavírus. Elas precisam cumprir a orientação de isolamento social, evitando ao máximo saídas desnecessárias, e, claro, usar máscara.

O médico também explica que os sinais de alerta para Covid na gestante são os mesmos da população em geral: falta de ar, febre, tosse, cansaço muscular generalizado, coriza e perda de olfato e paladar. ”É preciso monitorar os sintomas para avaliar a necessidade de internação ou apenas do isolamento domiciliar caso o teste seja positivo para Covid”, conta.

Não existe comprovação científica de transmissão materno-fetal, o que tranquiliza as gestantes. No entanto, se a mãe é positiva para Covid, o bebê é testado assim que nasce. Ele explica que, neste caso, tanto a mãe como o bebê ficam em isolamento.

“Ainda há muito a se estudar sobre Covid, especialmente na gestação. Dentro de mais alguns anos, vamos entender se a pandemia afetou de alguma forma estes bebês e estas mães, tanto do ponto de vista físico quanto do ponto de vista emocional”, conclui o médico da Maternidade Brasília.


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