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porto velho, domingo 13 de julho de 2025
BRASIL: A adolescente de 15 anos resgatada em um garimpo ilegal na Terra Yanomami, onde era obrigada a se prostituir, contou que tinha que fazer até 16 programas por noite. O relato foi dado ao conselheiro tutelar Franco Rocha, que acompanha o caso junto à Polícia Federal (PF).
Levada ao garimpo com uma promessa de trabalhar como cozinheira, quando chegou na região foi obrigada a se prostituir. A menina foi resgatada pela PF durante um patrulhamento noturno no Rio Mucajaí, na Terra Indígena Yanomami.
"Ela falou que enquanto estava lá, passava a noite inteira sendo explorada. Geralmente eram de 15, 16 programas por noite", informou o conselheiro.
Ela estava na região de Walopali, onde há um ponto de fiscalização da PF contra os garimpeiros. O conselheiro acrescentou que a menina foi atraída pelas redes sociais com a promessa de receber até R$ 5.800 por mês. Esse valor seria pago em ouro ou dinheiro.
No barco abordado pela PF, os agentes identificaram que outras mulheres, inclusive a garota, tinham sido cooptadas por agenciadores para se prostituírem no garimpo. A adolescente havia sido dada como desaparecida pela família e, na abordagem, a Polícia Federal identificou o boletim de ocorrência. que comunicava o sumiço da menina.
Além das violências sofridas pela menina, a PF investiga a organização criminosa envolvida na cooptação de mulheres e adolescentes para se prostituírem nas áreas de garimpo de Roraima.
O delegado responsável pelo procedimento de resgate da menina, Marco Bontempo, disse esta foi a primeira vez que ficou tão evidente a logística utilizada para exploração sexual na Terra Yanomami.