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    porto velho, sexta-feira 29 de novembro de 2024

Policial denuncia ter abandonado cargo na PM após ser vítima de assédio sexual e moral

Ex-policial tornou seu caso público após repercussão da morte de escrivã da Polícia Civil, que também teria sido vítima de assédio


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Publicada em: 23/06/2023 10:42:38 - Atualizado

BRASIL: Uma influenciadora digital e ex-policial militar afirmou que abandonou o cargo na corporação por não suportar uma série de assédios morais e sexuais. A Polícia Militar de Minas Gerais abriu dois procedimentos para investigar o caso.

Bruna Celle relatou o caso em um vídeo de 12 minutos publicado nas redes sociais. Em entrevista à reportagem, ela disse que decidiu tornar público seu problema após a repercussão da morte da escrivã Rafaela Dumont, que tirou a própria vida, na cidade de Antônio Carlos, no Campo das Vertentes, na última semana. Segundo a família, Rafaela era vítima de assédio por parte de superiores.

"Quando eu comecei a falar não e a não ceder, eu comecei a ser prejudicada nas escalas na famosa punição velada. Eu trabalhava em uma cidade e morava em outra. Eu gastava cinco horas de deslocamento por dia. Eu comecei a ser colocada em escalas em que eu não conseguia ir em casa para ver a Sofia", relatou a ex-militar sobre o que teria motivado o início das perseguições.

Bruna conta que não cedeu às investidas sexuais, e a pressão aumentou com a abertura de procedimentos administrativos contra ela. "Eu tive um total de 15 processos enquanto trabalhei na polícia, em quase sete anos de trabalho. Ficou muito claro que era perseguição. Eu tive que contratar uma assessoria jurídica para me ajudar nas defesas, porque eu já não tinha mais condição psicológica de me defender. E os colegas de trabalho zombavam e me chamavam de insubordinada e sapatão", relata.

O medo das perseguições fez com que Bruna Celle procurasse ajuda médica e psicológica. Ela foi diagnosticada com depressão e passou a tomar medicamentos. A ex-militar afirma, ainda, que passou por acompanhamento psicológico na PM, mas as informações das consultas teriam sido vazadas.

“Quando a gente realiza o sonho de passar no concurso, a gente acha que é para sempre, mas nós podemos pedir para sair e acabar com todo esse sofrimento”, desabafa a mineira de Barbacena, que atualmente mora em Corumbá, Mato Grosso do Sul. Hoje, Bruna é advogada e blogueira, com mais de 80 mil seguidores.

Procurada, a Polícia Militar ressaltou que instaurou dois procedimentos para apurar "a existência de crimes e transgressões disciplinares cometidos pelo denunciado".

"A PMMG esclarece, ainda, que, no caso em questão, o policial acusado foi transferido de imediato para outra unidade, situada em cidade distinta a que servia a denunciante, com o fulcro de garantir a lisura das apurações e a proteção da vítima.

A instituição reitera seu compromisso com a verdade e reafirma que não coaduna com condutas que configurem assédio sexual, moral ou de preconceito, apurando com severidade todas as denúncias que aportam na corporação", completou em nota.


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