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PF destrói maquinários em operação que investiga extração ilegal de madeira no Xingu em MT

Segundo a Polícia Federal, o prejuízo da destruição de recursos florestais somado à degradação ambiental dentro da terra indígena


g1

Publicada em: 23/06/2023 15:18:50 - Atualizado

BRASIL: A Polícia Federal (PF) destruiu maquinários, nesta sexta-feira (23), durante a "Operação Prepori" que investiga extração ilegal de madeira no Parque Indígena do Xingu, em Mato Grosso. Durante as investigações, os policiais descobriram a atuação de uma organização criminosa composta por madeireiros locais e alguns líderes indígenas.

Participaram da ação, 90 agentes da PF e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A operação também contou com o apoio da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e do Exército Brasileiro.

Durante a operação, foram utilizadas duas aeronaves do Ibama e uma do Centro Integrado de Operações Aéreas (CIOPAer) para ajudar na infiltração dos agentes na região.

Segundo as investigação, a operação surgiu a partir de inúmeras denúncias de desmatamento na região do Entre Rios, no município de Nova Ubiratã, a 506 km de Cuiabá. Madeireiros locais e alguns líderes indígenas estariam lucrando com a atividade ilegal e impondo silêncio à maioria indígena descontente.

A ação no território indígena também é uma reivindicação dos próprios caciques e lideranças dos 16 povos do parque. Foram destruídos tratores, maquinários e um caminhão toreiro.

Investigação

Após as denúncias, peritos da Polícia Federal elaboraram laudos de imagens de satélite sobre a ocorrência de grande número de clareiras de extração recente de madeira em uma área degradada de 7,8 mil hectares, madeira que equivale 170 milhões de reais.

Além disso, também foram constatadas áreas de extensão com queimadas, que também possuíam índicos de exploração ilegal de madeira. O prejuízo proveniente da destruição de recursos florestais somado à degradação ambiental dentro da terra indígena foi valorado em cerca de 1,7 bilhão de reais.

Equipes fizeram infiltrações em pontos específicos das terras indígenas indicados pelas análises de imagens de satélite e constataram grande número de esplanadas de madeira com grande volume de toras recém cortadas, pátios de desdobramento de lascas e palanques feitos de essências florestais de grande valor como Itaúba, Morcegueira, Cambará e Angico.

Os dados, imagens e trilhas mapeadas integrarão um dossiê sobre a degradação do local para solicitar a prisão dos autores.


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