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Criança indígena Yanomami é morta a tiros em ataque de garimpeiros a aldeia em RR

O garimpo ilegal na terra Yanomami quase triplicou em 2022, em comparação a 2020, quando a Polícia Federal (PF) começou a monitorar a região.


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Publicada em: 04/07/2023 11:26:28 - Atualizado

BRASIL: Um ataque a tiros na aldeia Parima, dentro da Terra Indígena Yanomami, em Roraima, deixou cinco adultos feridos – um deles em estado grave – e uma criança morta nesta segunda-feira (3). No local, a base de apoio da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) prestou atendimento aos feridos. Agentes da Polícia Federal e servidores da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), da Força Nacional, da Força Nacional de Saúde Pública e militares se deslocaram até o local.

Desde o início da operação de retirada de garimpeiros ilegais da região, que teve início com a posse do presidente Luíz Inácio Lula da Silva (PT) em janeiro, outros ataques aconteceram, totalizando 15 mortos. No entanto, novas ocorrências não eram registradas na região há mais de um mês.

Em abril, na região da comunidade Uxiú, garimpeiros mataram um indígena a tiros e atingiram outros dois. Nove corpos foram encontrados, no decorrer dos dias. Equipes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Ibama já haviam sido recebidas a tiros quando chegavam para reprimir um garimpo e o crime organizado. Quatro garimpeiros, que portavam grande quantidade de armamento, foram mortos pelos agentes.

Indígenas sob ameaça

O garimpo ilegal na terra Yanomami quase triplicou em 2022, em comparação a 2020, quando a Polícia Federal (PF) começou a monitorar a região. Agentes de saúde encontraram, em janeiro, as bases da Sesai desabastecidas de medicamentos e alimentos e sucateadas, com alta incidência de desnutrição e malária entre os indígenas. O Ministério da Saúde, junto ao Ministério dos Direitos Humanos, decretou estado de emergência sanitária no local.

Neste mês, o Governo Lula autorizou as Forças Armadas a também atuarem em atividades de combate à atividade ilícita nas regiões de reservas indígenas. Anteriormente, militares colaboravam com "ajuda humanitária", na distribuição de cestas básicas e de insumos, logística e inteligência. O governo, junto às demais autoridades, pretende ocupar o território yanomami com novas bases e equipes, com o intuito de permanecer na floresta e intensificar ações de segurança.


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