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Empresário que arrematou tríplex por R$ 2,2 mi diz que viu oportunidade


Notícias ao Minuto

Publicada em: 16/05/2018 08:28:54 - Atualizado

BRASIL - O tríplex em Guarujá (SP), atribuído pela Lava Jato ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi arrematado em leilão pelo valor mínimo de R$ 2,2 milhões. O único lance foi dado nos últimos minutos do leilão online, que terminou às 14h desta terça-feira (15).

O comprador foi o empresário Fernando Costa Gontijo, que considerou o preço adequado e avalia que o simbolismo pode agregar valor ao imóvel.

Ele terá 72 horas para realizar o pagamento. Também deverá pagar 5%, ou R$ 110 mil, de comissão para o leiloeiro.

"Estou sempre atento às boas oportunidades e a minha percepção é de que fiz um bom investimento", diz o dono da Guarujá Participação, empresa criada com finalidade específica de fazer a compra.

Gontijo, 64, afirma que trabalha há 38 anos com imóveis em Brasília, tanto no ramo de construção como de investimentos. Tem mais de uma dezena de empresas no ramo, a principal delas sendo a FCG Comércio, Turismo e Serviços.

Ele nega ter ligações políticas e diz que viu uma boa oportunidade no apartamento do edifício Solaris, em Guarujá (SP), que fica em frente à praia de Astúrias, mas diz que a rentabilidade do arremate é ainda uma aposta.

Como empresário, já passou pela Via Engenharia, empresa investigada no caso do mensalão do Distrito Federal, que envolveu o ex-governador José Roberto Arruda.

Gontijo diz que ainda não decidiu o que pretende fazer com o tríplex. "Vou aguardar a homologação da compra, a carta de arrematação e então vou definir a estratégia de projeto para o imóvel", diz.

Segundo o empresário, não valia a pena esperar por um segundo leilão, com preço menor, porque poderia atrair mais interessados.

Ele aponta que era possível prever a chance de mais interessados no apartamento porque já havia ao menos outros sete inscritos nesse primeiro leilão.

Na manhã desta terça, um usuário de Piracicaba, no interior de São Paulo, também chegou a realizar uma oferta no valor mínimo.

Posteriormente, no entanto, ele enviou um email dizendo que fez o lance equivocadamente.

Segundo a assessoria de imprensa da Superbid, responsável pelo leilão na internet, o usuário pediu o cancelamento da oferta, autorizado pelo juiz Sergio Moro.

O tríplex do condomínio Solaris, de acordo com o anúncio, tem 215 m² de área privativa, quatro dormitórios (sendo duas suítes), sala com varanda, piscina, churrasqueira e duas vagas de garagem.

Um elevador integra os três andares, mas não é possível verificar o funcionamento porque a luz da unidade não está ligada, informa o laudo de avaliação.

Segundo a administração do condomínio, recaem sobre o imóvel débitos de cerca de R$ 47 mil, que deverão ser pagos pelo arrematante.

Na ação apresentada pelo Ministério Público Federal, Lula foi acusado de receber R$ 3,7 milhões de propina da empreiteira OAS em decorrência de contratos da empresa com a Petrobras.

O valor, apontou a acusação, se referia à cessão pela OAS do apartamento tríplex ao ex-presidente, a reformas feitas pela construtora nesse imóvel e ao transporte e armazenamento de seu acervo presidencial (este último ponto rejeitado por Moro).

Lula teve a condenação confirmada e a pena aumentada para 12 anos e um mês de prisão pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), em janeiro deste ano.

Em abril, após mandado de prisão expedido por Moro, o ex-presidente se entregou na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR).

O petista defende sua inocência e se diz vítima de perseguição da força-tarefa e da Justiça. O ex-presidente afirma que não havia provas para condená-lo e que não era dono do tríplex.

No dia 16 de abril, após a prisão de Lula, o imóvel chegou a ser invadido por militantes sem-teto. Cerca de 30 manifestantes pularam as grades de acesso e subiram 16 lances de escada até o apartamento.


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