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    porto velho, quinta-feira 28 de novembro de 2024

Pastores estelionatários prometiam uma rentabilidade estratosférica: “Octilhão”

Estelionatários diziam que com um depósito de apenas R$ 25 as pessoas poderiam receber nas “operações” o valor de R$ 1 octilhão


metropoles

Publicada em: 20/09/2023 17:37:27 - Atualizado

BRASIL: Com boa lábia e forte apelo nas redes sociais, o pastor Osório José Lopes Júnior (foto em destaque) conseguia ludibriar fiéis e fazer com que eles investissem suas economias em falsas operações financeiras ou falsos projetos de ações humanitárias, com promessa de retorno financeiro imediato e rentabilidade estratosférica.

Invocando uma teoria conspiratória apelidada de “Nesara Gesara”, os estelionatários diziam, por exemplo, que com um depósito de apenas R$ 25 as pessoas poderiam receber de volta nas “operações” o valor de R$ 1 octilhão (ou 1 seguido de 27 zeros: R$ 1.000.000.000.000.000.000.000.000.000). Para se ter ideia da quantia prometida, ela é bilhões de vezes superior à do PIB mundial (em 2022, a soma de todas as riquezas produzidas no mundo foi de US$ 101,6 trilhões).

A investigação aponta que os suspeitos formavam uma rede criminosa muito bem organizada, com estrutura ordenada e divisão de tarefas, especializada no cometimento de diversos crimes, como falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e estelionatos por meio de redes sociais. Osório Júnior é considerado foragido.

A ação é coordenada pela Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Ordem Tributária (Dot), vinculada ao Departamento de Combate a Corrupção e ao Crime Organizado (Decor).

O golpe pode ser considerado um dos maiores já investigados no Brasil, uma vez que foram constatadas, como vítimas, pessoas de diversas camadas sociais e localizadas em quase todas as unidades da Federação, estimando-se mais de 50 mil vítimas.

De acordo com a investigação, iniciada há cerca de um ano, o grupo é composto por cerca de 200 integrantes, incluindo dezenas de lideranças evangélicas intituladas pastores, que ludibriam as vítimas, normalmente fiéis que frequentam suas igrejas, e fazem com que ela acreditem no discurso de que são pessoas escolhidas por Deus para receber a “bênção”, ou seja, as quantias bilionárias.



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