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porto velho, quinta-feira 28 de novembro de 2024
BRASIL: Policiais da 159ª DP (Cachoeiras de Macacu) prenderam na quinta-feira (21) Marcos Paulo da Silva Pinto pela suspeita da morte e da ocultação de cadáver de Viviane Machado Modesto da Silva, em outubro de 2008.
O juiz Nando Machado Monteiro dos Santos, da 1ª Vara Criminal de Angra dos Reis, aceitou a denúncia do Ministério Público contra Marcos Paulo pela morte e ocultação de cadáver de Viviane. O magistrado só dispensou a acusação de cárcere privado, pois o crime já teria prescrito.
O magistrado também atendeu ao pedido de prisão preventiva, feito pelo MP, e que cumprido nesta quinta.
Ao saber da prisão do ex-genro, a mãe de Viviane, Maria Salvadora, se mostrou emocionada e disse ter esperanças em encontrar os restos mortais da filha para dar um enterro digno a ela.
"A morte da minha filha não vai ficar impune. Quero agora que ele me diga onde estão os restos mortais dela para eu enterrar. Quero esse homem preso. Tem 14 anos de sofrimento procurando, mas Deus está me mostrando que isso não vai ficar impune", disse.
O advogado que representa a família de Maria Salvdora, Marcos Moraes, disse ainda que vai tentar assegurar que Marcos Paulo não seja liberado por ter problemas de saúde.
"Ele não pode ficar em liberdade", enfatizou.
A história de Maria Salvadora e de sua busca de Viviane Machado foi mostrada em junho deste ano no RJ2.
Os repórteres Bette Lucchese e Rafael Nascimento foram até São Gonçalo ouvir a história da mãe que nunca parou de procurar pelo paradeiro da filha e do neto, que sumiu junto com ela, mas foi reencontrado 14 anos depois.
Viviane foi atraída por Marcos Paulo em outubro de 2008, depois dele pegar o filho deles para passar um fim de semana e não devolver. Com o pretexto de rever o filho, ela foi ao encontro do ex-marido, em Cabo Frio, na Região dos Lagos, e desapareceu.
"Foi a última vez [que a vi]. Depois, só pelo telefone, ela pedindo para a Janaina, a minha filha do meio. Pedia para que fosse na cidade onde ela estava, que ela estava presa em uma casa e que o Marcos não queria que ela fosse embora", contou Maria Salvadora para os repórteres.
Maria Salvadora procurou a polícia, e em novembro de 2008, regstrou o caso como sequestro e cárcere privado na Delegacia da Mulher de São Gonçalo (Deam).
Maria espalhou cartazes por várias cidades, com fotos da filha, do neto e do ex-genro. Além disso, juntou dinheiro para fazer buscas. Deixou de viver a própria vida para viver uma angústia sem fim.
Dez anos depois, novas informações sobre o paradeiro da filha e do neto fizeram Maria procurar a polícia. O boletim de ocorrência foi feito na Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo.
No depoimento, ela contou aos investigadores que um parente do ex-genro “informou que procurasse Viviane nos necrotérios e hospitais".
E que foi procurada por outra pessoa que dizia que Marcos havia matado sua filha. Mesmo com a nova denúncia, as investigações nunca andaram.
Ela só reencontrou o neto em maio desse ano, depois do telefonema de um parente do ex-genro, que contou que o neto estava passando necessidade.
Ela foi ao encontro do jovem e, em depoimento à polícia, ele contou detalhes da vida que levava.
Disse que morava em Cachoeiras de Macacu com o pai, os irmãos e a madrasta havia cinco meses. E que lembra apenas “que anteriormente morava em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, com as mesmas pessoas."
Ele disse também que "não se recorda da mãe, pois desde que se entende por gente, não lembra de ter contato com ela, e sim com outras mulheres que seu pai teve ao longo da vida.”
Parte do depoimento do jovem embasa a denúncia do Ministério Público contra Marcos Paulo.
O garoto contou ainda que, sempre que ele perguntava pela mãe, apanhava ou era jurado de morte pelo pai.
Ele não tinha documentos, nunca tinha frequentado a escola, e disse que foi alfabetizado em casa, pela madrasta.
O jovem disse ainda que o pai está em uma cadeira de rodas, com sequelas de um acidente vascular cerebral (AVC) que sofreu em 2021.
Na época, a reportagem foi até Cachoeiras de Macacu, a 100 quilômetros do Rio, e achou Marcos Paulo na varanda de uma casa, sem conseguir falar.
A mulher, que foi casada com ele por dez anos, disse que só recentemente havia percebido que Marcos Paulo contava mentiras, e que dizia que Viviane "tinha ido embora com outro homem e tinha abandonado eles."