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Trabalhadores reclamam de atraso nos pagamentos e recebem ameaças de RH: 'será desligada'

A prefeitura afirmou efetuar os repasses em dia e que tomará as medidas administrativas cabíveis.


G1

Publicada em: 28/11/2023 10:16:17 - Atualizado

BRASIL: Os funcionários que atuam na limpeza das escolas municipais de Peruíbe, no litoral de São Paulo, estão há três meses sofrendo ameaças ao cobrarem salários e benefícios atrasados. O site obteve, nesta terça-feira (28), prints de conversas de trabalhadores com um profissional de Recursos Humanos da terceirizada. Em uma das mensagens, ele avisa que ela "será desligada da empresa" e até manda "procurar um emprego melhor".

Os problemas começaram em setembro, com uma semana de atraso no pagamento dos salários e de um mês no vale-refeição. O benefício recebido em outubro, inclusive, foi o último. O mesmo problema começou a ocorrer com o vale-alimentação, sendo que o de outubro demorou mais de um mês a cair, e o de novembro está em aberto.

Uma funcionária, que preferiu não ser identificada por medo de represálias, disse que o único benefício que tem sido pago corretamente é o vale-transporte. As conversas obtidas pela reportagem mostram o funcionário do RH dizendo que a empresa não recebeu da Prefeitura de Peruíbe e, por este motivo, não tem condições de pagar os funcionários.

Quando os terceirizados receberam a explicação da empresa, uma trabalhadora disse que os profissionais começaram a reclamar. O funcionário do RH, portanto, restringiu o envio de mensagens no grupo de WhatsApp aos administradores, o que causou revolta.

"Me sinto desanimada. Não temos motivação para trabalhar. Eu mesmo amo meu trabalho, amo o que eu faço. São 16 anos trabalhando em escolas e nunca tivemos problema com isso. Fica difícil trabalhar assim", lamentou uma funcionária.

A Prefeitura de Peruíbe informou, em nota, que os repasses são feitos dentro do prazo acordado com a terceirizada. A administração municipal ressaltou, ainda, já ter aberto um processo para tomar as medidas administrativas cabíveis para punir a empresa.

Com as restrições no grupo de WhatsApp, o funcionário do RH passou a receber mensagens dos trabalhadores em particular. Em uma dessas conversas, o representante do setor de Recursos Humanos da terceirizada ameaçou demitir uma funcionária se ela continuasse reclamando.

Em outro trecho, ele manda ela abrir a própria empresa ou encontrar outro trabalho. "Administra melhor então, ao invés de ficar aqui ofendendo todos [...]. Se para você não está bom, vai procurar um emprego melhor e para de ficar aqui batendo boca", disse.


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