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porto velho, quarta-feira 27 de novembro de 2024
BRASIL: A família de Rogério Saladino dos Santos, de 56 anos, que matou uma investigadora da Polícia Civil e depois foi morto pelo parceiro dela, na região dos Jardins, zona oeste de São Paulo, informou, por meio de nota, que o empresário era uma "pessoa de bem" e pediu à SSP (Secretaria de Segurança Pública) que "reveja seus controles".
Santos teria confundido a agente Milene Bagalho Estevam, de 39 anos, com um assaltante. Ela havia ido até a mansão do empresário para pedir as imagens de câmeras de segurança que auxiliariam nas investigações de um roubo ocorrido na região no dia anterior.
Na mansão do empresário ocorria uma festa com seis convidados, segundo testemunhas da polícia. Todos haviam bebido, de acordo com o boletim de ocorrência. Quando a agente se aproximou, o segurança teria alertado o patrão sobre a suspeita de assalto. Nesse momento, Santos abriu o portão da garagem e atirou em Milene.
O parceiro da investigadora, que também é policial civil, disparou contra o empresário. O segurança de Saladino, na tentativa de protegê-lo, pegou a arma para atirar contra o agente, que imediatamente reagiu e o baleou — três pessoas morreram: Rogério, Milene e o segurança, Alex.
"O medo de assaltos instaurado na região tampouco é novidade. Nem Rogério, nem Alex eram conhecidos como pessoas violentas, pelo contrário. De boa-fé, acreditamos que as circunstâncias não foram favoráveis a nenhum dos envolvidos", disse a família do empresário.
A secretaria informou que o empresário já havia sido preso por homicídio, em 1989. Segundo a família, a prisão ocorreu em decorrência de um atropelamento, no qual Rogério "prestou imediato socorro à vítima e assistência à família".
"Rogério sempre foi um empresário respeitado na área de medicina de diagnóstico, um grande empregador, admirado por todos os seus colaboradores, fornecedores e clientes. Fica nosso luto por Milene, Alex e Rogério", concluiu a família.
Veja a nota da família Saladino na íntegra:
"A família do empresário Rogério Saladino vem a público prestar alguns esclarecimentos relativos à trágica ocorrência de sábado, 16, que lamentavelmente ceifou a vida da policial Milene Estevam, do colaborador Alex James e do próprio Rogério.
Como já foi amplamente divulgado, no dia dos fatos, Rogério recebia seis amigos em sua residência para um pequeno almoço de confraternização. Determinado momento, por volta das 18h30, Rogério foi alertado por um de seus colaboradores que tudo indicava que estavam sendo alvo de um assalto.
Alarmado com o fato de que a residência do seu vizinho havia sido assaltada no dia anterior, Rogério, supondo situação de legítima defesa, desferiu dois tiros para o alto, abriu o portão da garagem, e desferiu o tiro que veio a vitimar fatalmente a policial Milene.
Na sequência, o próprio Rogério foi atingido e caiu no interior da garagem. Em seguida, segundo relatos, o colaborador Alex, também em situação de possível legítima defesa, se apropriou da arma que se encontrava no chão com o intuito de defender Rogério, os amigos que se encontravam no interior da casa e sua própria vida; porém, acabou sendo ele próprio o alvo de outros disparos efetuados pelo policial que acompanhava Milene na operação, culminando com a morte de ambos.
O medo de assaltos instaurado na região tampouco é novidade. O funcionário Alex tinha suas razões para imaginar que seria mais um caso. Rogério acreditou que seria ele a nova vítima do roubo e procurou proteger a si mesmo e seus convidados, mesmo diante do perigo que estaria por vir.
Nem Rogério, nem Alex eram conhecidos como pessoas violentas, pelo contrário. As ocorrências pretéritas noticiadas não esclarecem os casos como deveriam. Uma se refere a um atropelamento ocorrido há mais de 25 anos, no qual Rogério prestou imediato socorro à vítima e assistência à família; a outra, um suposto crime ambiental solucionado por meio de um ajuste de conduta com a Justiça do município de Natividade da Serra, interior de São Paulo.
Rogério sempre foi um empresário respeitado na área de medicina de diagnóstico, um grande empregador, admirado por todos os seus colaboradores, fornecedores e clientes.
De boa-fé, acreditamos que as circunstâncias não foram favoráveis a nenhum dos envolvidos. Esperamos, com a mesma sinceridade, que a Secretaria de Segurança Pública possa avaliar com costumeiro cuidado e diligência o caso, revendo seus controles para que episódios tão lamentáveis como este, que acabaram por vitimar pessoas de bem, não se repitam. Fica nosso luto por Milene, Alex e Rogério.
FAMÍLIA SALADINO".