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Foto mostra suspeita de matar envenenado ex-sogro e mãe dele indo à academia em Goiânia

Segundo o delegado Carlos Alfama, ela se dizia grávida e comentou com o ex por mensagem que teria passado a noite com sangramento.


G1

Publicada em: 31/12/2023 11:56:10 - Atualizado

BRASIL: Imagens das câmeras de segurança de um hotel no Setor Marista, em Goiânia, mostram quando a advogada Amanda Partata, suspeita de matar o ex-sogro e a mãe dele envenenados, vai para academia enquanto mandava mensagem ao ex-namorado dizendo que estava passando muito mal, segundo informou a Polícia Civil. Presa na Casa do Albergado, na capital, ela fingia que estava grávida, conforme os investigadores.

"Amanda foi às 6h59 do dia 15 de dezembro, dois dias antes do crime, para a academia do hotel. Nesse horário, ela conversa com o ex-namorado no WhatsApp e diz que está passando muito mal e que teria passado a noite com sangramento", conta o delegado Carlos Alfama

Em nota, a defesa da advogada disse que vai se manifestar apenas nos autos do processo. Ao chegar à delegacia, no dia em que foi presa, Amanda negou ter cometido o crime. Na ocasião, conforme a polícia, ela fingiu passar mal durante o depoimento e ficou nervosa quando o delegado pediu o celular dela. Já no segundo interrogatório, ela ficou em silêncio e, de acordo com o investigador, não demostrou arrependimento.

Vídeos analisados

Mais de 50 horas de vídeos de câmeras de segurança, documentos, quebra de sigilo fiscal e depoimentos foram analisados na investigação da Polícia Civil. Ao todo, foram 12 dias de investigação. Os vídeos de câmeras de segurança são desde o dia 14 de dezembro, quando Amanda viajou de Itumbiara para Goiânia, até 20 de dezembro, dia da prisão dela.

Entre as imagens, estão:

Quebra de sigilo fiscal

O inquérito foi finalizado com mais de 300 páginas e mostra qual substância ela usou, onde ela comprou, como ela comprou e como a substância chegou na casa dela. Segundo a polícia, após a prisão de Amanda, um motorista de aplicativo procurou a polícia e disse que entregou uma encomenda para ela no hotel um dia antes do crime.

Em depoimento, o motorista informou que a encomenda entregue era uma caixa de uma indústria de produtos químicos e farmacêuticos e que o produto tinha nota fiscal. A partir disso, a polícia conseguiu a quebra do sigilo fiscal de Amanda para descobrir se a compra do veneno foi feita por ela.

Segundo a Polícia Civil, entre as notas fiscais da suspeita duas eram de compras de veneno, foram feitas pela internet e entregues pelos Correios na casa dela, em Itumbiara. A polícia descobriu ainda que a secretária da residência de Amanda foi quem pegou a encomenda e entregou para o uber ir até Goiânia.

Segundo a polícia, a secretária foi ouvida e ela não sabia o que tinha na encomenda. A participação dela no crime foi descartada.

O veneno da nota fiscal é o mesmo encontrado nos alimentos que a suspeita serviu às vítimas no dia do crime e nos cadáveres analisados pelo Instituto Médico Legal (IML).

Laudo da perícia

O laudo da Polícia Científica apontou que a substância usada para matar mãe e filho, Luzia Tereza Alves e Leonardo Pereira Alves, foi colocada em potes de doces, em Goiânia. Segundo a perícia, a substância ingerida pelas vítimas causou uma intoxicação por envenenamento.

A Polícia Científica disse ainda que dois potes estavam com a substância, que é considerada um veneno 'potente' e que foi usado em grande quantidade. Mesmo em pequenas doses, a substância é tóxica e letal, e não tem sabor nem odor, ou seja, não é possível ser percebida.

A perita criminal Mayara Cardoso informou nesta quarta-feira (27), que foi realizado um exame toxicológico em amostras coletadas no local do crime e amostras retiradas dos corpos das vítimas. Mais de 300 testes para agrotóxicos, remédios e outras substâncias foram feitos.

O nome da substância não foi divulgado. Ao todo, foram analisadas quatro amostras de bolo, das quais duas estavam contaminadas. Também foram analisadas colheres, sucos e outros itens encontrados no local. A substância não foi encontrada no suco do café da manhã da família.

Desabafo

O médico Leonardo Pereira Alves Filho, ex da advogada e filho de uma das vítimas, se pronunciou sobre o caso pela primeira vez na tarde de terça-feira (26), após prestar depoimento à polícia. Ao lamentar a morte do pai e da avó, ele disse nunca ter imaginado algo que justificasse "tamanha brutalidade".

"A gente nunca imaginava qualquer coisa que justificasse tamanha brutalidade. E a gente tá vivendo nosso luto. Tem sido muito difícil", desabafou o médico.

O médico, a irmã Maria Paula e a mãe dele, Elaine, prestaram depoimento na manhã desta terça-feira (26). Os depoimentos começaram por volta das 10h e foram até 13h50.

Prisão

A suspeita foi presa temporariamente na noite de quarta-feira, dia 20 de dezembro. À polícia e durante a chegada na delegacia, Amanda negou a autoria do crime. A Justiça negou o pedido de liberdade feito pelos advogados.

No dia 21, a polícia deu uma coletiva de imprensa dando explicações sobre o caso. Na ocasião, o delegado Carlos Alfama, responsável pelas investigações, disse que, mesmo que a perícia não consiga identificar a substância usada, o caso seguirá sendo considerado envenenamento.

"Não foi intoxicação alimentar, isso a perícia facilmente já detectou. Não foi infecção bacteriana. Qual a outra possibilidade? O perito apontou: a morte foi por envenenamento", explicou o delegado.

Relembre o caso

Conforme a Polícia Civil, na manhã de domingo do dia 17 de dezembro, Amanda Partata foi até a casa da família do ex-namorado levando um café da manhã, com pão de queijo, biscoitos, suco e até bolos de pote de uma famosa doceria de Goiânia.

Estavam na casa: Leonardo Pereira Alves, pai do ex-namorado; Luzia Tereza Alves, avó do ex-namorado; e o marido de Luzia. Destes, apenas o último familiar não tomou o café da manhã. Uma foto mostrou Amanda na mesa do café da manhã perto das quitandas, doces e suco, que estaria envenenado, segundo a polícia.







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