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porto velho, segunda-feira 25 de novembro de 2024
Desde a manhã da última terça-feira (28), quando foi noticiado que a ex-sinhazinha da fazenda do Boi Garantido, Djidja Cardoso, havia sido encontrado morta dentro de casa, em Manaus, houveram questionamentos acerca da causa de sua morte. Familiares relataram que, infelizmente, a empresária de 32 anos estava fazendo uso abusivo de entorpecentes, junto com a própria mãe, o irmão Ademar Cardoso e a cunhada. Djidja acabou falecendo de overdose.
O irmão de Djidja, Ademar, seria o responsável por induzir a mãe e a irmã a se tornarem dependentes químicas, uma vez que seu histórico com o uso de drogas é antigo. Além de outros ilícitos, Ademar fazia uso de ketamina há três anos. A polícia apurou que a compra do anestésico para cavalos era realizada na clínica veterinária MaxVet, localizada no bairro Redenção, zona Oeste da capital amazonense.
Seita Pai Mãe Vida
O uso desenfreado de substâncias psicodélicas teria desenvolvido em Ademar Cardoso certos delírios de grandeza. No inquérito da Polícia Civil, a ex-esposa dele, Gabrielle Candeira, afirmou que Ademar segue uma seita intitulada Pai Mãe Vida, baseada nos fundamentos das Cartas de Cristo. Nela, Ademar acreditava ser Jesus; Cleusimar, sua mãe, acreditava ser Maria; e ambos acreditavam que Djidja seria Maria Madalena.
Denúncia de estupro e aborto
No inquérito, Ademar também é acusado dos crimes de estupro e aborto sem consentimento da gestante. A ex-esposa dele, Gabrielle Candeira, relatou os meses em que passou também fazendo uso de drogas de maneira forçada na casa da família do então marido. Enquanto estava dopada, Ademar tinha relações sexuais com ela sem seu consentimento – uma vez que, inconsciente, ela não teria como consentir. No momento em que foi finalmente resgatada pelos pais, Gabrielle estava nua e sangrando, em processo de aborto, induzido por Ademar.
Invasão de hospital
Os pais de Audrey Silveira, atual esposa de Ademar, relataram à polícia recorrentes internações da filha por complicações com as drogas que ela utilizava com o marido. Diversos Boletins de Ocorrência (B.O) foram registrados em desfavor de Ademar durante meses. Uma das queixas relatava que, em meio a hospitalizações de Audrey, Ademar a visitava, mesmo sem autorização, o que poderia ser considerado uma invasão nas unidades de saúde. Em várias dessas visitas, Ademar Cardoso carregava consigo seringas e ketamina, levava Audrey para o banheiro e aplicava o anestésico para cavalos na esposa.
Essa ação ocorreu pelo menos três vezes no Hospital e Pronto Socorro 28 de Agosto (HPS) e Fundação Hospital Adriano Jorge (FHAJ), e todas foram registradas. Audrey chegou a ter alta disciplinar por conta dessas ocorrências. No entanto, os médicos tiveram compaixão pela situação da jovem e mantiveram a internação.
Essas denúncias, que partiram tanto dos pais de Audrey, quanto de familiares de Djidja, foram cruciais para que fossem realizadas diligências pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), que resultaram nas prisões de Ademar e Cleusimar nessa quinta-feira (30).
Funcionários do salão de beleza Belle Femme, identificados como Claudiele Santos, Marlisson Vasconcelos e Verônica Seixas, também foram acusados dos crimes. Durante as investigações, foi apurado que Djidja Cardoso também comercializava a ketamina. Caso estivesse viva, possivelmente estaria presa com a mãe e o irmão.