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    porto velho, sábado 23 de novembro de 2024

Professora denuncia assédio de ministro de Lula: 'Colocou as mãos nas minhas partes íntimas'

Isabel Rodrigues é candidata a vereadora de Santo André (SP) e mantinha relação de amizade com o ministro


TERRA

Publicada em: 06/09/2024 17:18:24 - Atualizado

BRASIL: Isabel Rodrigues, professora e ex-amiga do ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, afirmou ter sofrido assédio sexual por parte dele. Por meio de um vídeo publicado no seu Instagram nesta sexta-feira, 6, Isabel disse que o caso ocorreu em agosto de 2019, durante um almoço com o ministro e outros colegas de curso.

"Eu conheci o Silvio Almeida em uma reunião da Escola do Governo. Ele era membro do Conselho Pedagógico, conversamos algumas coisas no contexto Escola do Governo, era amiga do Silvio de Almeida", contou.

A professora explicou que ela assistiu como ouvinte a um curso que Almeida ministrou em parceria com outros colegas e que, após este evento, todos foram almoçar em um restaurante na Praça da República.

"Ele estava do lado direito e eu do lado esquerdo. Eu estava de saia, ele levantou a saia e colocou as mãos nas minhas partes íntimas. Eu fiquei estarrecida, fiquei com vergonha das pessoas, porque é assim que as vítimas se sentem, as vitimas ficam com vergonha e esse caso teve muitos retornos na minha vida. Demorou pra eu entender que eu estava sendo vítima de violência sexual", relatou.

A organização Me Too Brasil revelou na quinta-feira, 5, uma série acusações de assédio sexual por parte de Silvio contra mulheres. A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, foi apontada como uma das supostas vítimas pelo Metrópoles. Até o momento, ela não se manifestou.

Em nota, o ministro negou as acusações e declarou: "O que percebo são ilações absurdas com o único intuito de me prejudicar, apagar nossas lutas e histórias, e bloquear o nosso futuro".

A professora Isabel, que também é candidata à vereadora pelo PSB em Santo André, disse que teve medo de trazer o caso a público na época, mas que seu terapeuta, parentes e amigos próximos sabem do crime. "Pensei muitas vezes em denunciar. Não o fiz por vários motivos, e o motivo maior foi o medo de isso voltar contra mim. Silvio tem o conhecimento da lei e poderia facilmente fazer as coisas mudarem de rumo".

Segundo ela, dias depois do ocorrido ela entrou em contato com Silvio para esclarecer a situação, mas ele a chamou de louca. Em seguida, ao ser questionado sobre a falta de consentimento de Isabel para tocá-la, ele afirmou que iria ao terapeuta "por ter feito mal a uma amiga que gostava muito".

"Fiquei com pena do agressor. Eu fui vítima também. Foi tema de terapia, foi tema de conversa hoje pela manhã, ontem à noite, várias pessoas as quais eu falei sobre essa violência sexual [estavam] prestando solidariedade", disse.

"Várias pessoas dizendo que eu tenho que ter cuidado, afinal de contas, eu estou numa situação de exposição por candidata. (...) Eu sofri violência sexual do ministro dos Direitos Humanos. Que pena. Um homem preto, com tanta inteligência e brilhantismo, mas infelizmente cometeu violência contra o meu corpo", completou.

No início da tarde desta sexta-feira, 6, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou pela primeira vez sobre a denúncia contra o ministro. Em entrevista à rádio Difusora Goiânia, ele afirmou que "quem pratica assédio não vai ficar no governo", mas pediu para que o caso seja apurado.


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