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porto velho, sexta-feira 22 de novembro de 2024
Foi retomado nesta quinta-feira (31) o julgamento dos réus confessos Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, pelos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes. Após as réplicas da defesa e da acusação, os jurados se reuniram para decidir a pena dos réus.
Na defesa, o advogado de Lessa chegou a pedir a "condenação de forma justa" de seu cliente, enquanto a advogada de Élcio defendeu que ele não deveria receber a mesma pena de Lessa, que teria planejado e executado o crime sozinho, segundo ela.
A audiência estava prevista para terminar na madrugada de quarta (30) para quinta, mas, após os depoimentos dos réus — que participaram por videoconferência —, os jurados votaram pelo encerramento dos trabalhos.
A juíza Lúcia Glioche, do 4º Tribunal do Júri da Justiça do RJ, retomou o julgamento dos réus. A audiência está sendo transmitida pelo canal no YouTube do Tribunal de Justiça.
O promotor Eduardo Martins , destacou a fala dos réus no dia anterior, sobre se arrependerem. "Que arrependimento é esse com algo em troca? Eles são réus colaboradores. Eles não vieram se arrepender. Eles chegaram ao Ministério Público e pediram algo em troca para falar o que eles falaram. Porque, até ontem, eles estavam aqui, os dois, até outro dia, negando todas as imputações", afirmou.
Nesta quinta-feira (31), iniciou-se a fase das alegações finais. Os primeiros a falar foram os acusadores do Ministério Público. A audiência teve início com a promotora Audrey Castro ressaltando a importância para a sociedade de se fazer justiça com este caso.
A fala foi passada para o promotor Fábio Vieira, que destacou a composição do júri 100% masculino, após as mulheres sorteadas serem dispensadas a pedido da defesa do réu.
"Eu achei muito interessante a composição do júri. A maior parte, pessoa de meia-idade, pessoas de pele clara, as mulheres que foram sorteadas, foram dispensadas. (...) Qualquer pessoa, independente de raça, independe de religião, independente de partido, vai sentar aí, vai ver esse processo e vai chegar à mesma conclusão. É importante, também, mostrar para o povo que eu não preciso escolher pessoas para analisar essa causa", afirmou o promotor.
O promotor também afirmou ser "uma farsa" o "arrependimento" dos dois réus. "Eles não estão com sentimento de arrependimento, eles estão com uma tristeza de terem sido pegos. Porque ninguém foi lá bater na porta da DH (Delegacia de Homicídios), quando todo mundo queria saber e disse 'olha só, fui eu, tá? Estou arrependido disso. Fui eu e fiz dessa forma. Fui eu e quem mandou foi isso'. Isso só aconteceu quando as provas que existem no processo, através do trabalho árduo do Ministério Público, junto com seguimentos da polícia, e com Defensoria e tudo mais, chegou à conclusão absoluta de que os executores eram aqueles, não tinha como eles fugirem disso", argumentou Fábio.
Terceiro a falar, o promotor Eduardo Martins apresentou imagens dos resultados de buscas do Ronnie Lessa sobre Marielle Franco, para comprovar a premeditação do crime. Foram exibidas pesquisas sobre a vereadora, desde busca por CPF a endereços residenciais, e também sobre o político Marcelo Freixo.