Fundado em 11/10/2001
porto velho, terça-feira 19 de novembro de 2024
BRASIL: A viúva do motorista Celso Araújo Sampaio de Novais, morto por uma bala perdida no aeroporto de Guarulhos durante o ataque contra o delator do PCC Antônio Vinícius Gritzbach, vai processar o estado de São Paulo pelo descaso com a família e a falta de segurança pública. De acordo com Simone Novais, nenhum representante do governo estadual procurou a família para prestar esclarecimentos ou condolências.
"Meu marido era um trabalhador, suava dia e noite para pagar as contas da família. Um inocente que morreu vítima da violência, e ninguém me ligou para dar os pêsames ou para oferecer ajuda psicológica para mim e meus filhos. Pretendo, sim, buscar os meus direitos", disse Simone.
A servidora pública era casada com Celso há 21 anos, e juntos tinham três filhos - de 20, 13 e 3 anos, todos traumatizados com a morte do pai. Ela conta que não consegue dormir desde que o marido morreu, pensando em como seguirá a vida enquanto ganha dois salários-mínimos por mês como assistente de saúde da prefeitura de São Paulo.
"Para comprar um caixão e enterrar meu marido de forma decente, aceitei a ajuda de uma vaquinha aberta entre os colegas de trabalho. Desse dinheiro, sobraram R$ 980. Corri para o mercado para garantir o alimento dentro de casa pra ninguém passar fome. Como vou sobreviver com dois salários-mínimos e três filhos pra criar?", questiona Simone.
O carro que Celso usava como Uber, um Renegade da marca Jeep, está financiado em 24 parcelas de R$ 3.500, e apenas sete foram pagas. Segundo Simone, oImposto Sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e uma parcela do financiamento já estão em atraso.
"Descobri agora que o IPVA está em atraso, acho que ele não me contou pra não me deixar nervosa. Como vou quitar a dívida de R$ 57 mil? Foi uma amiga que emprestou o nome para a gente tirar o carro. Só me resta devolver ao banco e perder tudo que já pagamos", diz a viúva.
Celso foi morto no ataque criminoso que mirava o empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, delator do PCC, que chegava de uma viagem a Alagoas com a namorada. Acompanhado de sua escolta pessoal no desembarque do aeroporto, Gritzbach foi cercado por homens armados, que dispararam 27 tiros contra ele