• Fundado em 11/10/2001

    porto velho, terça-feira 21 de janeiro de 2025

Saiba como a Polícia Civil prendeu o maior serial killer da história de Alagoas: "Missionário"

Até o momento, a investigação já constatou 10 mortes de jovens entre 13 e 25 anos


UOL

Publicada em: 19/11/2024 18:22:38 - Atualizado

BRASIL: "Missionário". Esta foi a palavra usada pelo serial killer Albino Santos de Lima, de 42 anos, para justificar o assassinato de 10 jovens entre 2023 e 2024. O criminoso foi descrito pela Polícia Civil de Alagoas como um indivíduo frio e meticuloso e é considerado o maior assassino em série do Estado.

O criminoso foi preso no dia 17 de setembro de 2024 em sua residência, no bairro Vergel, em Maceió. Ele residia a apenas 800 metros dos locais onde cometia os crimes. Com ele, foram apreendidos uma pistola calibre .380, roupas e acessórios usados durante os crimes e o celular.

De acordo com o delegado Gilson Rêgo Sousa, da Divisão de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) de Maceió, o modus operandis do suspeito ajudou os investigadores a ligarem ele aos homicídios: "Agia sempre à noite, matava suas vítimas de emboscada e utilizava sempre uma pistola calibre .380. Vestido de preto, usando máscara facial e boné escuros, o autor parecia encarnar uma figura sombria e calculista".

A morte da adolescente Anna Beatriz Santos Tavares, de 13 anos, em agosto deste ano, foi o estopim para que a polícia conseguisse rastrear o assassino. A jovem foi perseguida e atingida por disparos de arma de fogo após sair de uma arena de esportes. Ela foi socorrida e levada ao Hospital Geral do Estado, mas não resistiu aos ferimentos.

Imagens de câmeras de segurança divulgadas pela corporação ajudaram a identificar Albino Santos de Lima. A apreensão dos itens que estavam com ele e, em especial, seu telefone, foram essenciais para que a investigação o conectasse aos outros 9 homicídios cometidos com o mesmo padrão.

O Instituto de Criminalística de Maceió ficou responsável por analisar a arma e o celular do criminoso. Foi no armazenamento de dados na nuvem que a perícia encontrou vestígios de todos os homicídios cometidos pelo serial killer, como pastas com fotos das vítimas, um calendário com a data das mortes e prints de matérias relacionadas aos casos.

“Os registros foram encontrados em duas pastas: Odiada Instagram e Mortes especiais. Fotos e nomes de vítimas de homicídio eram colocados junto de um calendário com a data do fato marcada. Ele também tirava prints de matérias de sites relacionadas aos crimes e chegou a tirar fotos dentro do cemitério e da lápide, provavelmente de uma das vítimas. Havia também registros de homicídios ocorridos entre 2019 e 2020, que devem ser alvos de análise pela Polícia Civil”, explicou José de Farias, perito criminal responsável pelo exame.

Os jovens entre 13 e 25 anos apresentavam um perfil físico parecido. Além disso, a maior parte das vítimas tinha cabelo cacheado e pele parda. Em depoimento, o serial killer confessou que rastreou as vítimas por meio das redes sociais. Ele não demonstrou nenhum tipo de arrependimento pelos crimes.

Ele afirmou que acompanhava o dia a dia dos jovens, para entender a rotina e onde poderia encontrá-los. O suspeito chegou a afirmar que cometeu os crimes porque as vítimas estariam, supostamente, envolvidas com organizações criminosas. A investigação descartou esta possibilidade. Segundo o serial killer, ele se considerava um "missionário" porque tinha o "dever de eliminar criminosos".

Albino Santos de Lima confessou 8 dos 10 homicídios que a investigação apurou. Ele negou ter matado um casal de evangélicos, John Lenno e Débora. Contudo, a polícia alega que “não há dúvidas” da autoria dele no caso, levando em conta as provas técnicas já obtidas.

Outra característica comum entre os jovens é que eles residiam em bairros periféricos de Maceió. Os crimes também eram sempre cometidos entre sexta-feira e segunda-feira.

Até o momento, o homem foi indiciado por três homicídios qualificados, mas outros seis inquéritos relacionados aos crimes deverão ser concluídos até o fim deste ano. A DHPP também informou que está reabrindo casos de homicídios ocorridos em 2019, tendo em vista as evidências encontradas no celular do suspeito. Com isso, o número de vítimas do serial killer pode aumentar.


Fale conosco