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    porto velho, quinta-feira 28 de novembro de 2024

CCJ da Câmara aprova PEC que pode proibir aborto em casos de estupro no Brasil

Antes da votação, defensores do direito ao aborto legal interromperam a sessão, gritando "estuprador não é pai"


terra

Publicada em: 27/11/2024 15:25:02 - Atualizado

A Comissão de Constituição, Justiça e de Cidadania da Câmara aprovou nesta quarta-feira (27), por 35 votos a 15, uma proposta de Emenda à Constituição (PEC) que proíbe o aborto no Brasil, incluindo em casos atualmente permitidos pela legislação ou autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

De autoria do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, a PEC é relatada pela deputada Chris Tonietto (PL-RJ), vice-presidente da CCJ, e garante a inviolabilidade do direito à vida “desde a concepção”.

No parecer, a relatora deputada Chris Tonietto (PL-RJ) se manifestou favorável à admissibilidade da proposta. Agora, a PEC será enviada para análise em uma comissão especial que será formada. Somente após essa etapa, o texto poderá ser levado ao plenário, caso o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), decida incluí-lo na pauta.

Para aprovação em plenário, a proposta necessita de, pelo menos, 308 votos favoráveis. Se essa etapa for superada, o texto ainda precisará ser apreciado no Senado.

Atualmente, o aborto é permitido no Brasil apenas em três situações: em caso de risco de morte à gestante, em gravidez decorrida de um estupro ou caso o feto seja diagnosticado com anencefalia (má formação do cérebro).

Protestos

Nesta terça-feira, antes da votação da PEC, defensores do direito ao aborto legal interromperam a sessão da CCJ. Durante o protesto, o grupo entoava frases de impacto como "criança não é mãe, estuprador não é pai".

Diante da dificuldade em conter os ativistas, a presidente da comissão, Caroline de Toni (PL-SC), optou por suspender os trabalhos por 15 minutos.

A PEC também provocou uma onda de protestos nas redes sociais desde que foi incluída na pauta de votação há algumas semanas. Na ocasião, o coletivo de comunicação "Nem Presa Nem Morta" publicou no Instagram que as mulheres "não têm um dia de paz".

"Além de forçar crianças e todas as demais vítimas de violência a serem mães, essa PEC também pode colocar em risco métodos de reprodução assistida, como a Fertilização in Vitro, e a pesquisa com células tronco", afirmou.


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