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    porto velho, terça-feira 1 de julho de 2025

Polícia descobre quadrilha que promovia brigas de rua com crianças e adolescentes

Os bandidos aliciavam os jovens pelas redes sociais. As brigas envolviam até meninas. Os organizadores ganhavam dinheiro com as apostas de espectadores.


G1

Publicada em: 30/06/2025 19:55:43 - Atualizado

BRASIL: A semana começou com operações policiais em diversos estados e no Distrito Federal para combater quadrilhas que usam a internet para atividades criminosas e com crianças e adolescentes como vítimas. Em Roraima, bandidos aliciam esses jovens para participar de lutas e chegam a oferecer como prêmio uma menina de 13 anos.

Basta rolar os dedos pela tela do celular que surgem imagens de jovens lutando como se estivessem em um ringue. São diversos registros Brasil afora. Em um, em Santa Catarina, dois garotos com luvas de boxe trocam socos. A luta, em um campo de futebol em Fortaleza, só terminou quando um dos jovens caiu no chão.

Depois de dois meses de investigação, a Polícia Civil e o Departamento de Inteligência de Roraima prenderam dois homens suspeitos de organizar as lutas clandestinas com jovens de 12 a 17 anos, na periferia de Boa Vista. Da mesma forma que em outras regiões, os bandidos aliciavam os jovens pelas redes sociais. As brigas envolviam até meninas. Os organizadores ganhavam dinheiro com as apostas de espectadores. Os dois homens seguem presos.

“A internet surge como um atrativo, de forma a cooptar essas crianças e adolescentes. É importante a gente lembrar que essa prática não se trata de esporte. É uma luta selvagem, sem técnica nenhuma. Então, foge de qualquer cunho esportivo”, afirma o delegado Leonardo Strunz.

Na casa de um dos presos na operação, a polícia encontrou uma adolescente de 13 anos. Segundo a polícia, os dois mantinham um relacionamento, o que é considerado crime pelo Código Penal Brasileiro. Ainda segundo a polícia, a jovem chegou a ser oferecida como prêmio em uma das lutas. O caso é configurado como estupro de vulnerável pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. A jovem foi entregue para os pais.

“A gente está tratando as crianças e os adolescentes como vítimas, não como infratores. Eles estão sendo tratados como vítimas de uma exploração. Uma exploração das imagens deles, teve uma exploração sexual também”, diz o delegado.

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