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porto velho, quinta-feira 4 de dezembro de 2025

BRASIL: Rodrigo Bacellar (União Brasil), presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), foi preso nesta quarta-feira (3/12) pela Polícia Federal (PF).
A prisão ocorreu no âmbito da Operação Unha e Carne. Bacellar teria vazado informações sigilosas da Operação Zargun, que resultou na prisão do deputado estadual TH Joias (sem partido).
Segundo a corporação, o vazamento de informações sigilosas que teria prejudicado as apurações da ação que mira a cúpula do Comando Vermelho (CV) e suas conexões com agentes públicos.
Os mandados, um de prisão preventiva, oito de busca e apreensão e um de intimação para medidas cautelares, foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e fazem parte das determinações da ADPF das Favelas (ADPF 635), que atribuiu à PF a responsabilidade de investigar a atuação dos principais grupos criminosos violentos no Rio de Janeiro.
Deflagrada em 3 de setembro deste ano, a Zargun desarticulou um esquema de tráfico internacional de armas e drogas, corrupção de agentes públicos e lavagem de dinheiro, apontado como diretamente ligado às lideranças do CV no Complexo do Alemão.
Foram cumpridos 18 mandados de prisão e 22 de busca, além do sequestro de R$ 40 milhões em bens.
Segundo as investigações, TH Joias atuava para favorecer o CV, intermediando a compra de fuzis, drogas e equipamentos antidrones. Ele também indicou a esposa de um traficante para um cargo parlamentar.
Outros investigados incluem:
• Gabriel Dias de Oliveira, o Índio do Lixão, tesoureiro do CV, responsável por movimentar R$ 120 milhões em cinco anos;
• Luciano Martiniano da Silva, o Pezão, liderança da facção;
• Alessandro Pitombeira Carracena, ex-subsecretário estadual, suspeito de interferir em ações policiais a pedido de criminosos;
• Policiais militares e um delegado federal investigados por fornecer proteção e informações privilegiadas ao grupo.
O secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, destacou a gravidade da infiltração do crime organizado no poder público:
“Seja traficante armado na favela ou de terno na Assembleia, a resposta do Estado será a mesma.”
Já o superintendente da PF, Fábio Galvão, afirmou que o esquema envolvia interferências diretas em operações policiais, incluindo a retirada de unidades do Batalhão de Choque de áreas estratégicas a pedido de criminosos.