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    porto velho, sexta-feira 27 de setembro de 2024

"Me sinto na fase mais difícil de uma guerra’, diz enfermeira de hospital do RS

Enfermeira do Rio Grande do Sul conta rotina em hospital cheio de pacientes de Covid-19...


bbc

Publicada em: 27/02/2021 14:25:57 - Atualizado

Quando a enfermeira Ana Paula Lemos correu para a UTI de pacientes com Covid-19 para fazer uma transfusão, não estava preparada para a cena que iria presenciar. Ao lado do paciente que precisava de sangue, um homem de cerca de 60 anos implorava para ser intubado.

Com falta de ar e dores, ele queria ser sedado, perder a consciência, deixar de sentir.

"Ele estava consciente e implorando para ser intubado, porque não aguentava mais a dificuldade para respirar. Me chocou muito esse paciente implorar para respirar sem saber se sairia do respirador, sem saber se voltaria à consciência, se sobreviveria", relatou a enfermeira à BBC News Brasil.

O homem teve o pedido atendido e foi intubado, mas morreu poucos dias depois.

Lemos é coordenadora da área de transfusão de sangue do Hospital Tacchini, em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul. O Estado está próximo do colapso do sistema de saúde e acionou a fase mais crítica do plano de contingência ao coronavírus.

"Estamos com quase 100% da ocupação. Temos três UTIs. Uma é destinada só para pacientes com Covid-19. Ela está com lotação de praticamente 100% dos leitos. Temos outras duas UTIs que já atingiram lotação máxima", contou a enfermeira.

"Cirurgias eletivas foram todas suspensas. Estamos trabalhando com situações de urgência e emergência. A entrada de visita foi totalmente restrita. Os pacientes ficam sem acompanhantes para reduzir o fluxo de pessoas e só falam com a família por vídeo".


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