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    porto velho, sábado 18 de maio de 2024

Médicos criticam falta de protocolo nacional para internação e entubação

Questão foi levantada por Ludhmilla Hajjar após recusar cargo para substituir Pazuello.


G1

Publicada em: 17/03/2021 11:58:16 - Atualizado

BRASIL: Ao contrário dos Estados Unidos e da União Europeia, o Brasil não tem um protocolo nacional detalhado que unifique os procedimentos não medicamentosos a serem realizados em pacientes da Covid-19, de acordo com especialistas consultados pelo G1.

Dirigentes de sociedades médicas detalham a inexistência deste protocolo no país (veja mais abaixo). Eles defendem a criação e atualização constante do documento pelo Ministério da Saúde e sugerem que ele seja focado em condutas e práticas de manejo dos pacientes, como:

  • Quando internar
  • Como manejar o paciente internado nos casos moderados
  • Quando recorrer à ventilação mecânica
  • Quando se deve entubar o paciente
  • Como e quando utilizar anticoagulantes e corticoides
  • Como manejar o paciente em UTI

No site do Ministério da Saúde, há apenas notas técnicas sobre o manejo clínico e tratamento dos casos, com informações gerais sobre testagem, diagnóstico da doença e as formas de se notificar os casos e as mortes por síndrome respiratória.

Em uma delas, há a polêmica recomendação de se administrar doses de azitromicina com cloroquina ou hidroxicloroquina tanto em casos graves como nos moderados e leves, e em todos os pacientes, sejam eles pediátricos, adultos ou até gestantes. Tais medicamentos não têm eficácia contra a infecção causada pela Covid-19 e podem ter efeitos colaterais graves, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mas ainda são fortemente defendidos pelo presidente Jair Bolsonaro.

Em entrevista à GloboNews logo após recusar o cargo de ministra da Saúde, na segunda-feira (15), a médica Ludhmilla Hajjar defendeu ser função da pasta orientar equipes médicas sobre a melhor forma de atender pacientes com Covid-19 e a necessidade de se criar uma "referência nacional de protocolo".

"O Brasil precisa de protocolos, e isso é pra ontem. (...) Nós estamos discutindo azitromicina, ivermectina, cloroquina. É coisa do passado. A ciência já deu essa resposta. Cadê um protocolo de tratamento? (...) Perdeu-se muito tempo na discussão de medicamentos que não funcionam", disse Hajjar.

Procurado pelo G1 sobre a falta de um protocolo nacional atualizado e detalhado sobre o manejo da Covid-19, o Ministério da Saúde não respondeu o contato até a publicação da matéria.

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