Policiais federais tentaram receber a vacina contra Covid-19 em um posto drive-thru do Distrito Federal neste sábado (27), contrariando a fase atual da campanha, que ainda não inclui profissionais da segurança. O caso foi relatado pela profissional de saúde que recusou o atendimento.

Em nota, a Polícia Federal afirmou que vai "vai apurar as circunstâncias dos fatos".

Segundo a servidora Carine Rodrigues, o caso ocorreu por volta das 16h30, no ponto de imunização instalado no Sudoeste. Quatro policiais, dentro de um carro oficial, entraram na fila da vacinação e alegaram que poderiam receber doses remanescentes do dia, com base em uma circular que trata do não desperdício dos imunizantes.

"Eles não queriam sair da fila", conta a servidora.

O subsecretário de Atenção Integral à Saúde, Alexandre Garcia, explica que, de fato, há uma determinação para que a "xepa", como é conhecida a sobra da vacina, seja aproveitadas. No entanto, "as doses remanescentes serão destinadas a grupos prioritários, dentro de uma hierarquização que já está estabelecida dentro da Secretaria de Saúde".

A circular menciona, por exemplo, profissionais de saúde e pessoas nas faixas etárias já contempladas na campanha, com mais de 67 anos. Profissionais de segurança são citados no documento, mas sem prioridade em relação aos grupos que estão em fase de imunização atualmente.

'Foram incisivos'

Em um áudio, a profissional de saúde conta que os policiais foram "incisivos" sobre a intenção de não sair da fila. A situação ocorreu quando faltava menos de uma hora para o encerramento dos atendimentos, que ocorre às 17h.

"Foi uma situação bem constrangedora e de desrespeito com a população e com os grupos prioritários", diz Carine Rodrigues.

Ainda de acordo com a servidora, que é dentista da rede pública e trabalha na campanha de vacinação contra a Convid-19, os policiais federais só saíram após a chegada da PM. "O policial militar da ronda, muito prontamente, acho que depois de muito conversar, convenceu-os a ir embora".