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    porto velho, terça-feira 16 de setembro de 2025

MP pede que Jairinho seja proibido de se aproximar de testemunhas

Suspeito pelo assassinato do menino Henry Borel, teve sua prisão preventiva pedida. MPRJ denunciou o médico e vereador por tortura majorada contra a filha...


G1

Publicada em: 01/05/2021 11:48:23 - Atualizado

BRASIL: O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou o médico e vereador do Rio Dr. Jairinho por tortura majorada contra a filha de uma ex-namorada do parlamentar e pediu que, caso seja posto em liberdade, Jairinho fique proibido de se aproximar e manter contato com a vítima e seus familiares, em especial, com as testemunhas.

Nesse caso, a denúncia também pede que ele compareça mensalmente ao juízo para justificar atividades e seja proibido de se ausentar do município sem prévia comunicação. Atualmente, o vereador está preso em Bangu 8, no Complexo de Gericinó, por suspeita da morte do menino Henry Borel.

O documento encaminhado à 2ª Vara Criminal de Bangu diz que Jairinho mantinha, à época, um relacionamento amoroso com a mãe da vítima e aproveitava-se do fato para, nas oportunidades em que se encontrava sozinho com a criança, torturá-la física e mentalmente.

“Tem-se que o denunciado batia com a cabeça da vítima contra diversos lugares, chutava e desferia socos contra a barriga da criança, além de afundá-la na piscina colocando seu pé sobre sua barriga, afogando-a, e de torcer seu braço”, diz a denúncia.

Segundo a investigação da polícia, que concluiu o inquérito nesta sexta-feira (30), as provas documentais foram obtidas a partir dos relatórios médicos de hospitais para onde a criança foi levada na época das agressões. Ao todo, foram quatro laudos obtidos para serem usados como provas.

Provas desmentem Jairinho

Dr. Jairinho prestou depoimento à Dcav no dia 8 de abril, quando foi preso . O parlamentar negou as acusações de agressão, mas provas colhidas pelos investigadores - como fotos e laudos médicos - desmentem a versão do investigado.

"Essa criança narrou e confirmou as agressões cometidas pelo indiciado, conhecido pelo nome político de Jairinho. Toda versão apresentada por Dr. Jairinho foi derrubada pelas provas documentais e pelo depoimento", explicou o delegado Adriano Marcelo França.

"Em determinados momentos ele diz não estar com determinadas crianças e em determinados locais. Porém, fotos mostram o contrário. A mãe dessa criança não foi indiciada. O crime aqui é de tortura majorada, por ser criança e por um período de dois anos", completou Adriano.

Agressões aconteceram quando criança tinha entre 3 e 5 anos

O diretor do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE), delegado Felipe Curi, também comentou a investigação.

"Essa investigação surgiu no bojo do caso Henry. A responsável legal por uma criança, que entre os anos de 2010 e 2013, sofreu agressão comprovada pela investigação. A época, essa criança tinha entre 3 e 5 anos. Essa criança sofreu uma série de violências e até tortura", disse o delegado Felipe Curi.

“Por medo, ela acabou não denunciando. Com o caso do Henry, ela criou coragem e acabou denunciando. Esse caso não tem nada a ver com o caso Henry, mas surgiu no bojo da investigação. Esse caso serve para corroborar o perfil violência do Dr. Jairinho contra menores filhos das pessoas que ele tem relacionamento amoroso. Isso ficou comprovado na investigação que foi concluída e na investigação que está em andamento”, completou o delegado Curi.

Os delegados explicaram ainda que a mãe da menina não foi indiciada na investigação. Ela é tratada como vítima de violência doméstica praticada por Dr. Jairinho.

O que diz a defesa de Jairinho

Procurada, a defesa de Dr. Jairinho disse que ainda não tem condições de posicionar sobre o caso.

“Eu recebi a cópia integral do inquérito, vou analisar e dou um posicionamento ainda essa semana sobre o indiciamento”, disse Brás Santana, advogado de defesa de Dr. Jairinho.

Outro inquérito por agressão segue em andamento

Além do indiciamento por agredir à filha de uma ex-namorada, outra investigação está em curso também por agressão a um menino, igualmente filho de uma ex-namorada.

A criança tinha três anos de idade quando foi agredida e, entre as ocorrências, relatou um dia em que ele saiu para passear com Doutor Jairinho e voltou com um fêmur (osso da coxa) quebrado.

Paralelamente ao inquérito que investiga as agressões que teriam sido cometidas contras essas crianças, o trabalho de apuração da morte do menino Henry Borel continua.

    Entenda o caso

    O vereador Dr. Jairinho é investigado pela morte do menino Henry Borel, pela qual já está preso preventivamente, por agressões cometidas a outras duas crianças filhas de ex-namoradas. Em um inquérito, o que apura as agressões à menina, ele foi indiciado por tortura majorada. No outro, em que a vítima é um menino, e ainda está em andamento.

    Além disso, ele é investigado por constranger uma testemunha divulgando a imagem dela nua.

    No caso do menino, Débora Melo Saraiva, que prestou depoimento na 16ª DP (Barra) no dia 16, contou que tanto ela quanto o filho foram agredidos pelo vereador.

    “Ela (Débora) disse que foram tantas agressões que ela sequer consegue lembrar quantas vezes ela apanhou do vereador Dr. Jairinho”, afirmou o chefe do departamento de polícia da capital, Antenor Lopes, após o fim do depoimento.

    Segundo ela, a criança contou que Jairinho colocou um papel e um pano na boca dele e disse que ele não poderia engolir. O menino teria afirmado, então, que Jairinho o deitou no sofá da sala, ficou em pé no sofá e apoiou todo o peso do corpo no menino com o pé.

    Débora contou que o filho também narrou que, em outra ocasião, Jairinho teria colocado um saco plástico em sua cabeça e ficou dando voltas com o carro.

    Débora lembrou ainda de outra agressão, também em 2015. Ela diz que Jairinho insistiu para levar a criança numa casa de festas e que depois, o vereador ligou dizendo que Enzo havia torcido o joelho. Jairinho levou então a criança, segundo o relato, para um centro médico, para fazer um raio-x e que lá foi constatado que o menino estava com o fêmur quebrado.

    Outra denúncia de agressão de Jairinho a uma criança foi feita por outra ex-namorada do vereador, mãe de uma menina que hoje tem 13 anos. A menina prestou depoimento em março na Dcav.

    "O Jairinho que eu conheço, que a minha filha descreve, que fez o que fez com ela, eu hoje oro a Deus pelo livramento de não ter sido ela [que morreu]. Porque ele podia ter matado a minha filha", disse a ex-namorada ao Fantástico. A mulher pediu para não ser identificada pelo programa.

    A ex-namorada diz ainda que sua filha passava por situações semelhantes as que as investigações indicam que foram vividas por Henry: “Eu falava que ele estava vindo, aí ela passava mal, vomitava, me agarrava. Ou então pedia à minha mãe: 'Posso ficar com você, vó? Eu não quero ir, quero ficar aqui'.


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