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porto velho, sábado 21 de junho de 2025
BRASIL - A Justiça determinou a prisão dos policiais militares acusados de matar o jovem com câncer agredido durante uma abordagem em Goiânia. A denúncia por homicídio qualificado foi aceita e, com isso, eles se tornam réus pelo crime.
A defesa dos militares disse que é contrária à prisão preventiva e considera que a medida é "desnecessária". Diante da decisão judicial, os advogados já estão em contato com o comando da Polícia Militar para que eles se apresentem espontaneamente.
O g1 tenta contato com a Polícia Militar por e-mail, telefone e mensagem de texto desde o início da divulgação do caso, em 17 de novembro, mas nunca obteve retorno. A reportagem também pediu um posicionamento por email para o governo do estado às 13h e aguarda um posicionamento.
Agressão
Os policiais Bruno Rafael da Silva e Wilson Luiz Pereira de Brito Júnior são acusados da morte de Chris Wallace da Silva, de 24 anos. Testemunhas contaram que viram os militares agredindo o jovem com golpes de cassetete e também batendo a cabeça dele contra um muro chapiscado no dia 10 de novembro.
Câmeras registraram quando Chris Wallace e um amigo passam por uma rua do Residencial Fidélis, no dia do crime. Momentos depois, uma viatura se aproxima dos dois. Os equipamentos de segurança não registram o que aconteceu depois.
Policiais Bruno Bruno Rafael da Silva e Wilson Luiz Pereira de Brito Júnior acusados da morte de Chris Wallace — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
Segundo a família, ele chegou em casa muito machucado, vomitando sangue e tendo convulsões. Chris chegou a ser internado, mas acabou morrendo no dia 16 de novembro.
Em sua decisão, o juiz Eduardo Pio Mascarenhas apontou que existem os “indícios de autoria e prova da materialidade delitiva” contra os policiais. O magistrado destacou ainda que a liberdade dos policias
“atenta contra a ordem pública e repercute de maneira danosa e prejudicial ao meio social em que vivemos, haja vista a gravidade do crime combinada com o modus operandi, tendo em vista que a vítima foi espancada em via pública, no período noturno”.
O juiz destacou ainda a prisão é para tentar evitar que os dois atrapalhem a produção de provas, “haja vista que, pelo que consta dos autos, aparentemente os denunciados tentaram acobertar o fato, ao se dirigirem até a casa da vítima e colherem informações com a mãe e a irmã desta”.
Além disso, a família relatou que recebeu ligações e que acreditam ser dos policiais acusados do crime.