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    porto velho, sábado 21 de junho de 2025

Justiça determina prisão de PMs acusados de matar jovem com câncer agredido durante abordagem

Policiais sempre alegaram inocência. Investigação aponta que vítima foi agredida com cassetete e teve cabeça pressionada contra uma parede chapiscada.


G1

Publicada em: 10/12/2021 15:58:44 - Atualizado


BRASIL - A Justiça determinou a prisão dos policiais militares acusados de matar o jovem com câncer agredido durante uma abordagem em Goiânia. A denúncia por homicídio qualificado foi aceita e, com isso, eles se tornam réus pelo crime.

A defesa dos militares disse que é contrária à prisão preventiva e considera que a medida é "desnecessária". Diante da decisão judicial, os advogados já estão em contato com o comando da Polícia Militar para que eles se apresentem espontaneamente.

O g1 tenta contato com a Polícia Militar por e-mail, telefone e mensagem de texto desde o início da divulgação do caso, em 17 de novembro, mas nunca obteve retorno. A reportagem também pediu um posicionamento por email para o governo do estado às 13h e aguarda um posicionamento.


Agressão

Os policiais Bruno Rafael da Silva e Wilson Luiz Pereira de Brito Júnior são acusados da morte de Chris Wallace da Silva, de 24 anos. Testemunhas contaram que viram os militares agredindo o jovem com golpes de cassetete e também batendo a cabeça dele contra um muro chapiscado no dia 10 de novembro.

Câmeras registraram quando Chris Wallace e um amigo passam por uma rua do Residencial Fidélis, no dia do crime. Momentos depois, uma viatura se aproxima dos dois. Os equipamentos de segurança não registram o que aconteceu depois.

Policiais Bruno Bruno Rafael da Silva e Wilson Luiz Pereira de Brito Júnior acusados da morte de Chris Wallace — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Segundo a família, ele chegou em casa muito machucado, vomitando sangue e tendo convulsões. Chris chegou a ser internado, mas acabou morrendo no dia 16 de novembro.

Em sua decisão, o juiz Eduardo Pio Mascarenhas apontou que existem os “indícios de autoria e prova da materialidade delitiva” contra os policiais. O magistrado destacou ainda que a liberdade dos policias

“atenta contra a ordem pública e repercute de maneira danosa e prejudicial ao meio social em que vivemos, haja vista a gravidade do crime combinada com o modus operandi, tendo em vista que a vítima foi espancada em via pública, no período noturno”.

O juiz destacou ainda a prisão é para tentar evitar que os dois atrapalhem a produção de provas, “haja vista que, pelo que consta dos autos, aparentemente os denunciados tentaram acobertar o fato, ao se dirigirem até a casa da vítima e colherem informações com a mãe e a irmã desta”.

Além disso, a família relatou que recebeu ligações e que acreditam ser dos policiais acusados do crime.


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