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porto velho, terça-feira 24 de junho de 2025
BRASIL: A socorrista Laura Cristina Cardoso, do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), afirmou que a família de um paciente não queria que ele fosse atendido por ela durante um atendimento no último dia 12, na região central de São Paulo. Nesta segunda-feira (21), é comemorado o Dia Internacional de Luta contra a Discriminação Racial.
Em nota, a A Prefeitura de São Paulo, por meio do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), disse que "lamenta o ocorrido e repudia qualquer caso de discriminação, com cunhos racistas e preconceituosos".
Laura, que é enfermeira da Unidade de Suporte Intermediário, contou que atendia a um chamado para socorrer um idoso que passava mal quando familiares do paciente fizeram os comentários.
“A senhora ficou meio desesperada e gritou: “E agora, filho? Ela é negra.” Aí, o filho respondeu: “Tudo bem, mamãe. Ela está usando luvas", contou a enfermeira.
Laura contou que a mulher do idoso se assustou quando ela entrou no quarto para fazer os primeiros atendimentos. A socorrista disse que ficou chocada com o que ouviu, mas preferiu não reagir. Ela disse que só pensou em salvar o idoso que precisava ir para um hospital. O homem tem 90 anos e estava com rebaixamento do nível de consciência.
Em uma postagem nas redes sociais, ela contou sobre o ocorrido e disse que "a vítima foi devidamente atendida pelas minhas mãos negras enluvadas".
“Naquela hora, vendo aquele idoso passando mal, o que eu vou responder para uma pessoa dessa? Também não reagi por causa do meu juramento. O juramento da Enfermagem é proteger a vida desde a concepção até a morte. E eu faço isso. Protejo a vida. Mesmo a vida dos racistas. Qualquer outra atitude poderia colocar a vítima em risco", disse Laura.
"Então é respirar fundo, trincar os dentes e seguir em frente. Se você está perguntando por que essas pessoas receberam o melhor tratamento possível, eu respondo: quem elas são não muda quem eu sou”, disse Laura.