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porto velho, quarta-feira 25 de junho de 2025
BRASIL: Indígenas acionaram autoridades e denunciaram a invasão por garimpeiros na tarde de quinta-feira (14) no território Xipaya, distante cerca de 400 quilômetros do centro de Altamira, sudoeste do Pará.
O Ministério Público Federal (MPF) informou que "está acompanhando a situação e acionou os órgãos de fiscalização e segurança". "Funai, Ibama, PF, PM, Força Nacional e ICMBio foram informados para tomarem medidas eficazes", disse o MPF em nota.
Nesta sexta-feira (15), os garimpeiros teriam se afastado da área da aldeia Karimãa, no território Xipaya, descendo pelo rio Iriri, segundo relato de lideranças indígenas da região.
O g1 procurou a Polícia Federal, a Fundação Nacional do Índio (Funai) , o Ministério da Justiça, e também o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), por meio de suas assessorias de comunicação, mas não obteve retorno.
Segundo a cacique Juma Xipaya, em um vídeo que circula em redes sociais, os garimpeiros pararam as balsas com dragas e máquinas no rio Iriri em frente à área da aldeia para instalar um garimpo ilegal. Eles teriam agido com violência ao serem indagados sobre o que estavam fazendo.
"Estão destruindo nosso território. Quando meu pai se aproximou para entender o que estava acontecendo, trataram meu pai com violência", afirmou a cacique, emocionada - veja no vídeo abaixo.
A cacique teme que haja conflito entre indígenas e garimpeiros. Lideranças das aleias foram em direção à área onde os garimpeiros chegaram para proteger o território, mas quando chegaram , os garimpeiros teriam se escondido na mata.
" A gente está com muito medo que [os indígenas] sejam recebidos de forma violenta, com armas. Acionei Funai, polícia, mas estamos com muito medo. É agora, não é amanhã ou depois, é agora, estão destruindo nosso repetitório, não sabemos o tipo de armas que eles têm", afirmou a cacique.
A população estimada é de 200 indígenas em cinco aldeias na região, entre elas, a aldeia Karimãa, a qual pertence Juma.
Deputados em defesa dos povos indígenas pediram ao Ministério da Justiça e ao diretor geral da Polícia Federal para que providências urgentes sejam tomadas para garantir a proteção dos indígenas. A Força Nacional está de prontidão e mobilizou 20 homens que ficam mais próximo à área para se deslocarem, caso haja necessidade.