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porto velho, quinta-feira 28 de novembro de 2024
PORTO VELHO - RO: A avenida que já foi considerada a principal área de comércio da Capital, atualmente é marcada por lojistas insatisfeitos com as vendas, muitos deles encerrando atividades e fechando as portas. O comércio da região Central de Porto Velho encara uma realidade dolorida para os empresários e para quem transita pelo local é possível notar os sinais de abandono.
A queda nas vendas vem sendo sentida há algum tempo e de acordo com a presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas, Joana Joanora das Neves, são vários os fatores que colaboram para que haja essa problemática, como por exemplo, a falta de organização no trânsito daquela região.
A falta de estacionamento dificulta entregas de mercadorias e muitas vezes faz com que o consumidor também perca o interesse de comprar no local. “Tivemos uma reunião com o secretário da Semtran e ele assumiu a responsabilidade de resolver essa situação. O lado esquerdo da 7 de setembro, maior parte, o estacionamento é exclusivo para taxistas e o lado direito é um corredor de ônibus, que passam a cada hora” explicou Joanora.
A presidente comenta ainda que outro fator que tem colaborado para o fechamento de portas naquela região é o valor praticado nos aluguéis. Os proprietários de imóveis continuam cobrando montantes altos, ainda considerando a antiga valorização da zona. Falta de segurança pública é outra situação que afeta o bolso do lojista, que segundo ela, deixa de investir no seu negócio para repor o que foi roubado por vândalos.
A descentralização do comércio para as zonas da Capital também culminou para essa queda nas vendas, uma vez que a região central é conformada, em sua maioria, por órgãos públicos e empresas e maior parte da população vive nos bairros. A moradora do bairro Três Marias, zona Leste da Capital, Maria da Luz Souza confirma essa questão. “Não vou ao centro há bastante tempo, por logística mesmo, tem tudo na avenida Amador dos Reis, prefiro fazer tudo por aqui”, explicou.
A presidente conta que a CDL vem passando por uma reestruturação para oferecer novidades aos lojistas e tem investido neste primeiro semestre em capacitação, com cursos de vendas, de embelezamento de vitrine e a partir do segundo semestre começará a investir em promoções. “Nós estamos aqui para dar todo apoio aos donos de loja, é importante que os empresários também busquem se qualificar, participem das promoções que oferecemos, tudo isso para atrair a atenção dos clientes”, conclui.
Questões sociais, organizacionais e de logística englobam as causas da lenta morte do primeiro centro comercial da cidade. Enquanto isso fachadas que traziam nomes de lojas que já eram tradicionais para muitas famílias, que ali faziam suas compras mensalmente ou mesmo em datas festivas e que marcaram gerações, estão lutando para continuar de portas abertas e outras já estão deixando de existir.