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porto velho, segunda-feira 25 de novembro de 2024
VILHENA, RO: O município de Vilhena, em Rondônia, registrou um aumento alarmante de 46% nos casos de homicídio em 2024, conforme o relatório divulgado pelo Observatório Estadual de Segurança Pública. Este aumento coloca Vilhena no topo da lista de crescimento de homicídios no estado, com 19 casos registrados apenas entre janeiro e maio deste ano.
No contexto estadual, Rondônia contabilizou 188 homicídios nos primeiros cinco meses de 2024, representando um aumento de 4,44% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Porto Velho, a capital do estado, continua sendo a cidade mais violenta, com 77 mortes violentas registradas até agora, um aumento de 13,24% comparado ao ano passado, quando foram contabilizados 68 casos.
Rodolfo Jacarandá, especialista em segurança pública, aponta que o crescimento da violência, especialmente no sul de Rondônia, é motivo de grande preocupação. Ele destaca que o aumento do comércio global de cocaína é um dos principais fatores que contribuem para o aumento dos homicídios na região.
A proximidade com as fronteiras da Bolívia e do Peru facilita o escoamento da droga, tornando o sul de Rondônia um ponto estratégico para o tráfico.
"O sul de Rondônia é uma rota crucial para o tráfico de cocaína. Vilhena e outras cidades da região têm visto um aumento significativo nas apreensões de drogas, o que está diretamente relacionado ao aumento da violência", explica Jacarandá.
Jacarandá também ressalta a necessidade de reforçar o efetivo policial no estado. Atualmente, Rondônia possui uma média de um policial para cada 48 km², muito acima da média nacional de um policial para cada 21 km². Esse déficit no efetivo policial dificulta o combate eficaz às facções criminosas que atuam na região.
"O reforço policial é crucial, mas deve ser acompanhado por uma melhoria na capacidade de investigação. É essencial desarticular as facções criminosas, desarmá-las e minar suas fontes de financiamento", afirma Jacarandá.
Para combater a crescente violência, Jacarandá sugere uma abordagem multifacetada que inclua não apenas o aumento do policiamento, mas também um foco maior na investigação e na inteligência policial.
"Precisamos de uma estratégia que combine repressão com prevenção e investigação. Apenas assim conseguiremos diminuir a violência e garantir a segurança da população", conclui.