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    porto velho, sexta-feira 20 de setembro de 2024

Porto Velho amanhece com céu azul após meses encoberto por fumaça de queimadas

De acordo com especialistas em meteorologia, a melhora na qualidade do ar e na visibilidade se deve às rajadas de vento que vieram de tempestades formadas no sudeste do Amazonas...


Redação

Publicada em: 20/09/2024 15:20:38 - Atualizado

Céu de Porto Velho — Foto: Lucas Lopes

PORTO VELHO, RO: Depois de mais de dois meses com o céu encoberto pela fumaça, Porto Velho finalmente amanheceu com um céu claro nesta sexta-feira (20). 

Ventos fortes que passaram pela cidade na noite anterior ajudaram a dissipar a densa camada de poluição, proporcionando aos moradores uma visão rara de um céu azul, algo que há semanas não se via na capital rondoniense.

Desde o final de julho, o céu de Porto Velho esteve constantemente obscurecido pela fumaça das queimadas que afetam diversas áreas do estado. 

De acordo com especialistas em meteorologia, a melhora na qualidade do ar e na visibilidade se deve às rajadas de vento que vieram de tempestades formadas no sudeste do Amazonas e que atingiram o norte de Rondônia. 

Embora não tenha chovido em Porto Velho, outras regiões do estado registraram chuvas, trovoadas e ventanias.

Nas últimas semanas, Porto Velho figurou entre as capitais com a pior qualidade do ar do país, resultando em uma paisagem desoladora e tornando o ar insalubre para a população. A poluição gerada pelas queimadas afetou a saúde pública, além de impactar o tráfego aéreo. Mais de 40 voos foram cancelados apenas no mês de agosto devido à baixa visibilidade, obrigando passageiros a buscarem alternativas como viagens de ônibus para embarcar em outras localidades.

Apesar do céu limpo momentâneo, a situação ambiental continua crítica. Rondônia segue batendo recordes de queimadas. Apenas nas duas primeiras semanas de setembro, o número de focos de incêndio foi três vezes maior do que o registrado nos seis primeiros meses do ano. Entre janeiro e 19 de setembro, foram contabilizados 8.462 focos de queimadas no estado, a maior quantidade em cinco anos.

O impacto das queimadas é devastador, principalmente em áreas de preservação. O Parque Guajará-Mirim, uma das maiores unidades de conservação de Rondônia, está em chamas há mais de dois meses, com 107 mil hectares destruídos pelo fogo. Outro local gravemente afetado é a Estação Ecológica Soldado da Borracha, onde incêndios já devastaram 163 mil hectares.

Embora a população de Porto Velho tenha recebido com alívio a visão do céu azul, o cenário de queimadas continua preocupante, e as autoridades ainda enfrentam grandes desafios para conter os incêndios e mitigar os impactos na saúde e no meio ambiente.


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