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    porto velho, segunda-feira 25 de novembro de 2024

'Trabalhamos em ambiente de guerra em Rondônia" diz Presidente do Simero

Apresentado pelo jornalista e advogado Arimar Souza de Sá, o programa A Voz do Povo recebeu nesta segunda-feira (25) a presidente do sindicato dos médicos de Rondônia...


Redação

Publicada em: 25/11/2024 15:00:42 - Atualizado

PORTO VELHO, RO: Apresentado pelo jornalista e advogado Arimar Souza de Sá, o programa A Voz do Povo recebeu nesta segunda-feira (25) a presidente do sindicato dos médicos de Rondônia, Flávia Lenzi, que falou sobre as ações da entidade que ela coordena, além de suas impressões sobre os rumos da medicina.

Ela fez questão de começar a conversa destacando a imensa responsabilidade exercida pelo profissional de medicina, que lida com vidas, em um ambiente geralmente precário.

"A responsabilidade é muto grande, temos uma vida nas mãos a cada atendimento, então, com a precarização do serviço público, cada dia mais, a culpa tem sido colocada em cima do médico, como se ele fosse responsável pelo que está acontecendo", falou Flávia Lenzi.

Porém, a presidente do sindicato dos médicos afirmou que a precariedade na estrutura de trabalho dos médicos não é uma exclusividade dos hospitais públicos.

"Nós temos hoje o hospital da UNIMED que está sempre lotado, nós temos cada vez menos pediatras com consultórios, são várias coisas que influenciam, mas o público é sempre mais problemático que o privado", disse Flávia Lenzi.

Para a doutora, o sindicato dos médicos em Rondônia atua em várias frentes de defesa da categoria, com foco em seus associados.

"A função do sindicato é a defesa dos seus sindicalizados, lutando por melhores condições salariais, mas lutando também por condições de serviço, e nós temos o que eu chamo de carro chefe, o qual é a defesa jurídica dos sindicalizados", alegou Flávia Lenzi.

O adoecimento dos médicos é um motivo de preocupação do sindicato, que vê a pressão diária sofrida dentro do ambiente de trabalho como um fator negativo.

"Tem gente que acha que médico não adoece, adoece e muito! A medicina é uma das profissões com os maiores índices de suicídios, e isso nos preocupa demais. É o famoso Burnout, cargas de trabalho excessivas, o ambiente cada vez mais hostil. Tem coisas que acontecem nos plantões que os médicos acabam levando para casa", relatou Flávia Lenzi.

Idealizado pelo sindicato dos médicos, a campanha "A Culpa Não é do Médico", foi abordado por Lenzi.

"Tivemos uma colega covardemente agredida dentro do Ana Adelaide, e ninguém a defendeu , é aquela coisa, hoje ninguém defende mais ninguém, e a carga está cada vez mais pesada para o médico. Foi desse pensamento que surgiu a campanha para esclarecer à sociedade que a culpa não é do médico", destacou Flávia Lenzi.

A melhoria salarial dos médicos que atuam nas unidades estaduais é um trabalho forte desempenhado pelo sindicato, que já está em tratativas avançadas com relação ao plano de cargos e salários, que deve melhor substancialmente o salário dos médicos.

"Nós estamos trabalhando no estado o nosso PCCR e o piso salarial, pois com o salário que nós temos para médico não conseguimos fixar o médico especialista. O médico com esse salário ainda tem que constantemente se qualificar, e está bastante difícil", comentou Flávia Lenzi.

Ela finalizou afirmando que o sindicato está esperando uma retratação do prefeito Hildon Chaves (PSDB), que alegou que os médicos da rede municipal "fingem que trabalham", o que Lenzi considerou um comentário infeliz.

"Nosso prefeito deu uma entrevista mês passado dizendo que o médico faz de conta que trabalha e a prefeitura que paga, e ele não se retratou até agora, e isso é muito ruim para toda a categoria, porque todas às vezes que eu vou a uma unidade de saúde eu vejo o pessoal trabalhando. Nós trabalhamos hoje em ambiente de guerra, teve um paciente atacado por uma gangue em uma unidade de saúde", finalizou Flávia Lenzi.

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