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porto velho, sábado 23 de novembro de 2024
CRÔNICA DE FIM DE SEMANA
Para onde vamos, Brasil?
- Arimar Souza de Sá
Passadas as eleições, seria hora de os dirigentes das agremiações políticas, outrora dominantes, juntarem os cacos e seguir viagem rumo a "porto seguro".
Porque hoje, a impressão que se tem, é de que o país entrou num vácuo, como se uma bolha explodisse no universo, deixando uma parte do mundo, “o Brasil que eu queria para o futuro”, no escuro. E, a outra, que votou esperando “mudança de verdade”, atônita, administrando um otimismo preocupante, sem saber ao certo o que vem do Planalto Central nos próximos anos.
A ventania política foi tão forte que o Brasil dos vermelhos evaporou-se e, com a derrota, ficou com seu navio à deriva, com o casco avariado, enfrentando revoltas águas, e perdeu-se no infinito, sem timoneiro...
Enjaulado no Sul, o ex-príncipe barbudo, agora transformado em sapo, amargou atrás das grades nova derrota e, com ele, as tantas viúvas, com seus véus, máscaras e roupas pretas – agora se auto-intitulando “resistência” – choraram suas pitangas em cima do caixão do morto vivo...
Parecem imanentes, na história jurídico-institucional, estragos assim, fundantes da vida nacional e na espessura que a mídia deseja.
Ainda na República, ingressamos em trapalhadas as mais diversas, a ponto de Rui Barbosa, irritado, reverberar: “de tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantar-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”.
Vestígios históricos sobram, e assistem razão à revolta de Rui: a própria carta de Pero Vaz de Caminha já explica a gênese “corruptiva” no país, quando ele pede emprego para a sobrinha em Lisboa, em flagrante ato de nepotismo, uma das variantes da corrupção.
È bom lembrar que ainda nos primórdios, padre Antônio Vieira, no “Sermão do Furtum”, de 1640, assim reverberou do seu púlpito, na Igreja das Mercês, em São Luís do Maranhão:
“Aqui nesta colônia furta-se no imperfeito e no perfeito do indicativo presente, rouba-se no futuro do presente e passado, rouba-se em todos os tempos e modos dos verbos, rouba-se e mais se roubaria, se mais houvera”...
Na história contemporânea vem sendo assim! Tem-se, na senda dos assaltantes, o presidente Collor apropriando-se da poupança interna, a maior derrama que se tem registro na historia dos povos da humanidade – o famoso tiro certeiro no bolso do contribuinte.
Ainda no passado, a esperança era o PT, partido que primeiro tornou públicas as falcatruas de governo, no executivo e no Congresso, mas Lula e caterva, uma vez instalados no poder, demonstraram a que vieram, sendo o escândalo do mensalão, a primeira demonstração do que viria no segundo mandato – e no primeiro de Dilma.
Neste vácuo, de concreto, temos a atuação do Ministro Joaquim Barbosa, o paracatuense de boa cepa que encantou a República mandando a cúpula do PT de São Paulo para a cadeia e, na atualidade, a magistral performance do juiz Sérgio Moro na Operação Lava- Jato.
Paradoxalmente, na senda da vida política, a saga do PT não tem precedentes na história brasileira: institucionalizou-se, como se jurisprudência houvesse, a corrupção como a principal forma de tratativas entre o Estado e as poderosas empresas – tudo, é claro, para constituição com dinheiro público, de um fundo capaz de permitir, “ad eternum”, sua permanência e de seus asseclas no poder.
Vilipendiaram o Brasil, dessangrando o erário, a ética e os bons costumes. Cuspiram em tudo de bom que construímos como nação e chegamos ao fundo do poço em imoralidade.
Mas hoje, imagino que, no Governo Bolsonaro, um bom projeto a ser gestado para o Brasil seria incluir, no bojo de uma série de medidas econômicas, a retomada de investimentos nacionais e estaduais, passando por uma reavaliação criteriosa do custo da União, dos estados e municípios.
No campo do Judiciário, devem as varas federais de cada Estado atuar com mais vigor para implodir os mafiosos de todos os níveis, resgatando a credibilidade dos gestores públicos, perdida ao longo do tempo e do espaço.
Fazem-se inadiáveis medidas capazes de diminuir os níveis de pobreza do povo brasileiro, incluindo neste esforço todas as instituições instaladas no Brasil, principalmente as que guardam a segurança Nacional em todos os seus níveis.
Dir-se-ia, não obstante os atropelos, que nós brasileiros tenhamos força para romper os desafios e ostentar em futuro bem próximo uma cara mais digna para o mundo.
Para onde vamos, é difícil vaticinar.
Dependerá muito do esforço coletivo, dando crédito ao novo presidente, dizendo não à corrupção, esquecendo as divergências partidárias, apostando no trabalho e juntando esforços e emoções para a reconstrução do País - um Brasil melhor, mais igualitário, mais fraterno, mais digno de nossos filhos e netos, em nome da saudável governabilidade.
Que Deus nos ilumine nesse desiderato.
AMÉM