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porto velho, segunda-feira 25 de novembro de 2024
Seu autor é o meu sobrinho Giovanni Trindade, que conseguiu com 20 anos o que ainda não alcancei em quase meio século de existência. No entanto, “HÁ TEMPO PARA TODO PROPÓSITO DEBAIXO DOS CÉUS” e a hora e vez de publicar meu primeiro “livro-solo” chegará…
Comecei a lê-lo no dia 05 de abril, quando o Beto, o pai dele, já estava internado com COVID-19. Terminei a leitura no dia 12 de abril, mesma data em que o Meu Amado Irmão foi para a UTI para não voltar mais…
Estava ansiando para concluir a leitura, aguardar o retorno dele, são e recuperado, e, então, poder fazer a reverência devida à façanha de seu primogênito.
Queria fazê-lo (também) porque, PARA UM PAI, O ÊXITO DOS FILHOS VALE TANTO OU MAIS QUE O SEU PRÓPRIO SUCESSO. Sabia o tanto que isso deixaria o Beto mais feliz ainda e muito mais orgulhoso de ver um dos filhos muito bem criado e escritor ainda em idade tão tenra.
O outro filho, o caçula, o Bruno Trindade, segue a mesma linha, não só na criação/educação, como na habilidade para “juntar palavras”. Que o digam suas recentes postagens nas redes sociais.
Não consegui realizar essa que poderia ter sido, talvez, uma das últimas alegrias do meu Querido Irmão…
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Meditando sobre essa terrível tragédia que se abateu sobre a humanidade, fiquei a imaginar o tanto que a nossa vida é passageira. Essa devastadora doença tirou a vida do meu irmão em menos de quinze dias!
NOSSA VIDA É UM SOPRO!
Não tive tempo/ocasião sequer para me despedir; para dizer o tanto que o amava, o tanto que ele significava para mim; o tanto que seria difícil, para não dizer impossível, fechar essa terrível lacuna – na verdade, acho que isso eu jamais diria.
Não me lembro sequer da última vez em que estivemos juntos…
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O Beto vivia uma vida extremamente feliz.
Num dia, no Natal de 2018, último que ainda desfrutamos, para valer, da presença de Nossa Querida Mãezinha, levada em maio de 2020, mas que já estava bem doente no Natal de 2019, ele disse algo assim:
“Eu sou feliz. Eu tenho meus problemas, mas sou extremamente feliz.”
As pessoas tendem a (tentar) atrelar a felicidade a status, poder, dinheiro e outras coisas efêmeras e superficiais. Esquecem-se que, no fundo, a felicidade é extraída das coisas mais simples – e não raro, gratuitas – da vida.
Estar entre pessoas amadas é, certamente, uma das primeiras da lista.
O Beto, na simplicidade de sua vida feliz, viveu para submeter essa falsa crença de tantos à prova – e para soterrá-la na beleza do seu permanente sorriso.
Se uma lição tivesse que ser extraída dos seus 45 anos de vida bem vivida de certo que seria esta.
O SER HUMANO PRECISA DE MUITO POUCO PARA SER FELIZ E, DE MENOS AINDA, PARA VIVER…
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A sensação, que é verdadeira, de que nunca mais, ao menos neste plano, encontraremos uma pessoa querida e que tão bem nos fazia, é simplesmente perturbadora. De certo, a circunstância mais complicada e cruel a ser suplantada no luto.
No entanto, tenho suplicado ao Criador que meus lamentos sejam cada vez mais substituídos por gratidão.
Considero-me – e sou mesmo – muito abençoado por ter convivido, por quase cinco décadas, com uma pessoa tão extraordinária; que viveu uma vida incrivelmente feliz; que criou dois filhos maravilhosos, dos quais tinha gigantesco e natural orgulho.
Siga em paz, Beto. Trilhe o seu caminho de luz…
O seu legado, ora representado (também) pelos abençoados filhos, seguirá e ainda há de te/nos alegrar muito, imensamente…
Com MUITO Amor,
Reginaldo Trindade
PVH/RO, 28 de Abril de 2021