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    porto velho, quinta-feira 28 de novembro de 2024

Mudança na meta de inflação não vai alterar trajetória de queda da taxa básica de juros

Expectativa de cortes da taxa Selic no segundo semestre leva em conta o arrefecimento...


R7

Publicada em: 02/07/2023 11:53:18 - Atualizado

BRASIL: A decisão de manter o alvo da inflação em 3% em 2026 e adotar a meta contínua a partir de 2025 não tende a interferir na trajetória de queda da taxa básica de juros da economia nacional. As apostas são de que, independentemente do veredito anunciado pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), o primeiro corte da taxa Selic acontecerá no mês de agosto.

A mudança anunciada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pela ministra do Planejamento, Simone Tebet, e pelo presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, permitirá à autoridade monetária escolher um prazo determinado para perseguir a meta de inflação. Atualmente, os objetivos são anuais e não foram cumpridos nos últimos dois anos.

Na tentativa de impedir que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) fure o teto da meta pelo terceiro ano consecutivo, o Copom (Comitê de Política Monetária) mantém, desde agosto do ano passado, a taxa básica de juros em 13,75% ao ano, o maior patamar desde 2017.

Na ata da última reunião, divulgada na terça-feira (27), o BC deu indícios de que a primeira queda dos juros em um ano pode acontecer em agosto, como estima o mercado financeiro. "A continuação do processo deflacionário em curso, com consequente impacto sobre as expectativas, pode permitir acumular a confiança necessária para iniciar um processo parcimonioso de inflexão na próxima reunião", diz o documento.

André Meirelles, diretor de alocação e distribuição da InvestSmart XP, afirma que o sistema contínuo de metas de inflação já era esperado pelo mercado e não deve alterar as expectativas de corte dos juros. “O movimento de corte da Selic está mais relacionado com os dados a serem divulgados de inflação, nível de atividade econômica e todas as suas derivadas e, principalmente, se a expectativa futura para inflação estará convergindo para a meta ou não”, explica.

A posição de Meirelles é a mesma partilhada por Ricardo Jorge, especialista em renda fixa e sócio da Quantzed. Para ele, no entanto, a adoção da meta contínua é mais um dos elementos que vão contribuir para o corte da taxa básica de juros no mês de agosto. “Essa decisão ajuda a ancorar as expectativas de médio e longo prazo, o que favorece uma política monetária menos restritiva”, avalia.

“Existe um cenário macroeconômico que favorece o início do corte de juros. A decisão do Conselho Monetário é apenas mais um ponto importante a ser avaliado, porém não é determinante. [...] A decisão sozinha não é um fator crítico para a tomada de decisão, mas é um ponto de apoio que ajuda o Banco Central no ciclo de queda dos juros”, observa Jorge.

Em meio a críticas do governo e do setor produtivo contra o atual nível da Selic, as expectativas levam para um corte de 0,25 ponto percentual da taxa básica de juros no dia 2 de agosto. Após a primeira baixa, os analistas preveem que haverá novos recuos nos meses de setembro (0,25 ponto), novembro (0,5) e dezembro (0,5), movimento que, se confirmado, levará a Selic a 12,25% ao ano na entrada de 2024.

A trajetória que está diretamente atrelada à redução dos preços leva em conta que a taxa Selic é a principal ferramenta da política monetária para determinar a inflação em uma economia. Isso acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam novas opções de investimento pelas famílias.




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